>PATRÍCIO<
Apoiava os cotovelos na mesa, girando distraído um copo com uísque já pela metade. O líquido âmbar refletia a luz do escritório, dançando em ondas suaves. Meu peito pesava, e minha mente girava em torno do mesmo problema há dias. Liz. — Você não devia está bebendo. — Fernando falou — Achei que a gente tinha entrado em um acordo depois daquele dia do bar — Eu sei. E entramos, mas eu preciso refrescar minha mente. — Suspirei, casando demais com a minha situação. Nos últimos dias tenho ligado incessantemente para o meu filho e para Liz, sem resposta de nenhum dos dois. — Mas é que eu ainda não consigo entender. Como ela decidiu assim de uma hora pra outra que era melhor se afastar? Eles estavam me ignorando e eu não sabia mais o qua fazer, eu estava ficando louco com tudo isso já. Fernando, sentado na poltrona à minha frente, tamborilava os dedos no braço do móvel, me observando com um meio sorriso.<>PATRÍCIOO elevador parecia se mover devagar demais. Eu tamborilava os dedos contra a perna, sentindo a impaciência crescer.Cheguei ao andar indicado e caminhei apressado pelo corredor até parar diante da porta 407.Bati.Silêncio.Bati de novo, mais forte.Nada.O pressentimento ruim que me acompanhava desde que li a mensagem se intensificou. Testei a maçaneta e, para minha surpresa, a porta se abriu.Meu coração deu um salto ao ver a cena à minha frente.Liz e Allan. Na mesma cama. Nus.Por um instante, tudo ao meu redor se dissolveu. O sangue pulsou em meus ouvidos, e um nó se formou na minha garganta.Não. Isso não faz sentido.Ela não queria contato com ele desde antes da gente se envolver de verdade.Meu corpo queria reagir com raiva, mas minha mente gritava que algo estava errado.Caminhei até a cama e toquei o rosto de Liz. Ela estava quente. A respiração leve. Inconsciente.Ela foi dopada.— Mas que mer
>ELIZABETHMeu corpo parecia pesado. Minha cabeça latejava, e um gosto estranho tomava minha boca.Pisquei algumas vezes, sentindo meus olhos demorarem a focar. O teto branco e a luz amarelada não me deram pistas imediatas de onde eu estava. Meu corpo estava quente, e uma sensação de torpor percorria meus músculos.Tentei me mover, mas algo parecia errado. O lençol macio contra minha pele me fez perceber a ausência de roupa, e meu coração disparou.Onde eu estava? O que tinha acontecido?— Liz?A voz grave e familiar me fez virar a cabeça devagar. Meus olhos encontraram os de Patrício, e, por um segundo, meu coração se acalmou.Mas então percebi a expressão séria em seu rosto. Ele parecia tenso, preocupado... e furioso.— O que... o que aconteceu? — minha voz saiu rouca.Patrício suspirou, esfregando o rosto com a mão.— Você não lembra de nada?Tentei me concentrar, mas minha mente era um borrão.— Eu... eu estava com Bianca e I
— ELIZABETH MONTGOMERY — "Prólogo" Até onde você iria por um amor que nunca deveria ter acontecido? Eu nunca soube a resposta até conhecer Patrício... Na verdade, eu nunca procurei por ela até conhecê-lo. Antes dele minha vida era como um roteiro bem escrito: faculdade, estágios, noites silenciosas dedicadas ao futuro que eu acreditava ser o certo. Eu até tinha um namorado, mas eu nem mesmo podia dizer que aquilo era amor. Eu gostava dele? Sim. Mas amar? Acredito que era um termo um pouco forte para descrever tal situação. Mas então ele apareceu, com seu jeito reservado, seus olhos que escondiam tempestades e aquele sorriso que parecia prometer o mundo e destruí-lo ao mesmo tempo. Ele vinha com aquela intensa bagagem que prometia grandes problemas e dores de cabeça. Mas quem importa? Afinal, o amor prevalece, né verdade? Eu lutei contra isso, sabe? Tentei me convencer de que era só uma atração, uma curiosidade passageira. Mas como você foge de algo que parece estar gravado na
> ELIZABETH
>ELIZABETH<- Não é nada do que você está pensando. - Allan fala. Será que ele acha que eu sou estúpida? Ou burra? Cega, talvez?Não, não é o que eu estou pensando é o que eu estou vendo. Tenho vontade de gritar mas permaneço quieta.Em um reflexo percebo que a minha “amiga” vadia ainda está na porta e continua olhando para a sua roupa que está aos meus pés.Fico estática enquanto controlo minha respiração. O que essa mulher ainda está fazendo aqui?Ela está tentada a se abaixar e pegar, mas sabe que não é uma boa ideia no momento. Eu sempre fui uma pessoa calma em qualquer situação, não gosto de brigas e não sou de fazer barracos, e talvez eles queriam aproveitar disso, mas não agora, eu preciso extravasar toda essa raiva pela dupla traição.E ela continua parada as minhas costas.Essa vagabunda só pode estar me testando. Respiro fundo, me abaixo e pego no chão com um sorriso desdenhoso no rosto.- É isso que você quer, amiga? - pergunto com um ódio que chega a me cegar.Com fúria, p
>ELIZABETH
>ELIZABETH
> ELIZABETH< - Então vamos sair! - Bianca exclamou animada enquanto tomava um gole de seu café.Estamos, eu, Bianca e Inocência, neste momento, sentadas no refeitório da faculdade. O reitor tem quase certeza que dessa vez serei aceita no estágio, então ele sugeriu que viesse resolver pendências.Eu comentei sobre a sugestão da mamãe sobre eu arejar minha cabeça e me arrependi instantemente, agora Bianca insiste que devemos sair para nos divertir o quanto antes.Eu sei bem a que diversão ela se refere. Beijar. Beber... Transar. Esse último me preocupa um pouco, pois estou bastante nervosa com essa possibilidade.Contei para elas tudo sobre Isabella e Allan e como peguei os dois me traindo. Elas ficaram furiosas dizendo que ia cortar as bolas do meu ex e raspar a cabeça da vagabunda. Eu apenas sorria de suas maluquices.Bianca nunca foi uma fã do meu ex, muito pelo contrário, ela vai contra tudo que diz respeito a Allan. Bianca é defensora forte do time "Ele não é pra você", basicamen