"Até onde você iria por um amor que nunca deveria ter acontecido? Eu nunca soube a resposta até conhecer Patrício... Na verdade, eu nunca procurei por ela até conhecê-lo. Antes dele, minha vida era como um roteiro bem escrito: faculdade, estágios, noites silenciosas dedicadas ao futuro que eu acreditava ser o certo. Eu até tinha um namorado, mas eu nem mesmo podia dizer que aquilo era amor, eu gostava dele, mas amar? Acredito que era um termo um pouco forte. Mas então ele apareceu, com seu jeito reservado, seus olhos que escondiam tempestades e aquele sorriso que parecia prometer o mundo e destruí-lo ao mesmo tempo. Ele vinha com aquela intensa bagagem que prometia grandes problemas e dores de cabeça. Mas quem importa? Afinal, o amor prevalece, né verdade? Eu lutei contra isso, sabe? Tentei me convencer de que era só uma atração, uma curiosidade passageira. Mas como você foge de algo que parece estar gravado na sua alma? Ele me mostrou um universo que eu nunca ousei explorar, me fez sentir coisas que me assustaram e, ao mesmo tempo, me deram vida. E a resposta dessa pergunta? Eu fui até o limite do que achava suportável. É loucura, talvez, mas descobri que o amor, o verdadeiro amor, não pede permissão para acontecer e você não consegue se esconder dele, mesmo que devesse"... Depois de traída Elizabeth, busca refúgio em uma noite de paixão, que para ela seria apenas diversão. Mas o que parecia ser apenas um escape se torna uma teia de segredos e desejos inconfessáveis. Quando descobre que seu novo amante é o pai do ex-namorado e, ainda por cima, seu novo chefe, sua vida dá uma reviravolta inesperada.
Ler mais— ELIZABETH MONTGOMERY —
"Prólogo" Até onde você iria por um amor que nunca deveria ter acontecido? Eu nunca soube a resposta até conhecer Patrício... Na verdade, eu nunca procurei por ela até conhecê-lo. Antes dele minha vida era como um roteiro bem escrito: faculdade, estágios, noites silenciosas dedicadas ao futuro que eu acreditava ser o certo. Eu até tinha um namorado, mas eu nem mesmo podia dizer que aquilo era amor. Eu gostava dele? Sim. Mas amar? Acredito que era um termo um pouco forte para descrever tal situação. Mas então ele apareceu, com seu jeito reservado, seus olhos que escondiam tempestades e aquele sorriso que parecia prometer o mundo e destruí-lo ao mesmo tempo. Ele vinha com aquela intensa bagagem que prometia grandes problemas e dores de cabeça. Mas quem importa? Afinal, o amor prevalece, né verdade? Eu lutei contra isso, sabe? Tentei me convencer de que era só uma atração, uma curiosidade passageira. Mas como você foge de algo que parece estar gravado na sua alma? Ele me mostrou um universo que eu nunca ousei explorar, me fez sentir coisas que me assustaram e, ao mesmo tempo, me deram vida. E a resposta essa pergunta? Na verdade ainda não sei, mas posso dizer que eu fui até o limite do que achava suportável. É loucura, talvez, mas descobri que o amor, o verdadeiro amor, não pede permissão para acontecer e você não consegue se esconder dele, mesmo que devesse. —> —> —> —> —> —> —> —> —> —> —> —> —> —> —> —> —> —> —> "Dias atuais" —> —> —> —> O som estridente do despertador que há muito me incomodava, hoje parecia uma melodia me despertando para um novo sonho. Exagero minha analogia? Talvez, mas hoje é realmente um dia para mim. Ontem recebi a resposta sobre uma vaga de estágio que tanto sonhei, para falar a verdade eu nem mesmo dormi depois daquele email. Fui selecionada para uma entrevista na Corporação Graham. Pode não parecer muito, mas só de entrar na seleção já é um grande passo. E obviamente trabalhar para uma empresa tão renomada, com pessoas tão inteligentes é realmente o paraíso para qualquer nerd estudante de administração. O dono da empresa é Álvaro Graham, ele é conhecido como o solteirão mais cobiçado, mas que não se envolve emocionalmente. Ele nunca é visto ou flagrado. Nem mesmo há um paparazzi surtado que tenha conseguido uma foto dele. Sua fama no trabalho é de um homem implacável, inteligente, frio e calculista. Bem, confesso que estou nervosa sobre o que o todo poderoso Álvaro pensará e como serei avaliada por ele. Mas isso é preocupação para outro momento, não vale a pena sofrer antecipadamente. Ninguém sabe ainda sobre isso, não compartilhei as boas notícias, quero avisar primeiro o meu namorado, Allan, sei que ele vai ficar feliz por mim. Embora ele esteja bem distante nos últimos dias. Sem nem mesmo tomar café da manhã, saio de casa, em direção ao apartamento de Allan. Não gosto de aparecer sem avisar, mas eu tentei ligar diversas vezes ontem e não consegui, mandei várias mensagens e ele ainda não me respondeu. Confesso que estou um pouco preocupado com ele. Nas últimas semanas Allan anda tão ocupado, que a gente mal se vê. Principalmente a noite que ele sempre está ajudando seu pai com alguma coisa do trabalho. Ele não me disse exatamente ajudando em que, mas eu confio e não há motivos para desconfiar. Vou usar isso como desculpa, aproveitando o momento, faço uma visita, vejo como ele está, mato minhas saudades e de quebra conto a novidade para ele. Vinte minutos depois estaciono em frente ao apartamento de Allan. Atravesso o hall de entrada do seu prédio, que é bem luxuoso por sinal. Seu apartamento é pequeno, mas bem sofisticado. Seus móveis feitos sob medida, sua decoração com itens caros é um bom indicativo que seu pai é bem de vida. Allan decidiu morar sozinho desde que sua mãe foi embora alguns anos atrás, ele se mudou da casa do pai logo depois dela. Mas eu não sei muito sobre eles, meu namorado não compartilha muito sobre sua família. Esses pequenos detalhes foram tudo o que ele disse. Acredito que isso ainda o magoa. Sim, ainda não conheço meu futuro sogro, Allan diz que ele está sem tempo, sempre está viajando ou ocupado com alguma coisa. Mas espero conhecer-lo em breve. Eu conheci meu namorado dois anos atrás, quando entrei na faculdade. Ele estava em seu segundo ano de administração, enquanto eu estava iniciando no curso. Assim que me conheceu ele me convidou para sair, de início eu fiquei relutante, não sabia se era uma boa ideia, mas com o passar do tempo ele insistiu tanto que eu acabei cedendo. E hoje namoramos! Cumprimento o porteiro, que já me olha com um largo sorriso, ele está saindo do elevador. - Bom dia, senhor Otávio. - Bom dia, moça bonita. - Ele me lança um sorriso acolhedor. — Como está o senhor? — Estou bem querida, e você? — Estou ótima, senhor Otávio, melhor impossível! — Fico feliz, menina. - Ele sorri mais ainda, enquanto me olha de forma carinhosa — Você sabe me dizer se Allan está? - Perguntei. Talvez Allan tenha dormido na casa do pai como tem feito ultimamente. — Não sei lhe informar. Acabei de chegar. Clóvis foi quem ficou encarregado do horário noturno essa semana - Seu Otávio responde se referindo a Clóvis, outro dos porteiros daqui. - Mas acredito que esteja, passei no estacionamento e seu carro está lá — Oh... Obrigada — Sorrio para ele — Disponha! — Ele sorriu de volta. Se Allan está em casa, isso quer dizer que ele não foi trabalhar ontem? Então porque não me ligou? Ou respondeu minhas mensagens?>ALLANA expressão de Estela se contorceu de raiva.— Você é fraco. Eu devia ter imaginado. No fundo, você só queria ser amado por ele.Aquilo me atingiu como um soco.Porque era verdade.Eu queria, sim. Sempre quis.Mas também sabia que não podia apagar o passado.— Eu vou embora.Estela cerrou os punhos.— Se sair por aquela porta, você vai se arrepender.— Eu já me arrependo de muita coisa.Virei-me e saí sem olhar para trás.Mas, no fundo, eu sabia que ela não ia desistir tão fácil.Eu andava sem rumo, os pensamentos girando em minha mente como um turbilhão impossível de conter. Meu peito ardia, um peso esmagador se instalando ali, como se cada palavra dela tivesse se alojado dentro de mim e me puxasse para o fundo."Você só queria ser amado por ele."Por que aquilo me machucava tanto? Por que ouvir isso da boca dela doía mais do que qualquer outra coisa que já me disse?Eu sempre soube que minha relação
>ALLANLiz não teria ido para aquela cama por vontade própria.E Estela tenta me convencer do contrário é no mínimo suspeito.— Você deveria ter feito sexo com aquele puta.— Ela foi dopada.Estela revirou os olhos.— Isso é detalhe. O importante era que Patrício acreditasse!Minha mandíbula travou.— Detalhe? Estela, você drogou uma mulher e queria que eu estuprasse ela! Você tem noção do que está dizendo?Ela revirou os olhos de novo, impaciente.— Não fui eu, foi a garota do hotel.— O mesmo vale pra você? A ordem foi sua.— E você concordou.— Concordei em armar para Patrício e destruí o relacionamento dos dois, mas não concordei em molestar ela.— Você é um frouxo.— Não — gritei frustrado — Eu só não sou um pedófilo como você.— Você é um covarde, isso sim. Mas eu vou te ensinar a ser homem nem que seja já marra. Está me ouvindo? Agora volta para porra do seu esconderijo e não saia de lá até segunda ordem
>ALLANMeu corpo ainda tremia. As luzes da casa que Estela e eu estávamos hospedados estavam baixas, e o silêncio ao nosso redor era quase ensurdecedor. Eu deveria estar satisfeito. Afinal, o plano dela tinha sido perfeito, certo?Não.Porque não funcionou.Mas o que realmente estava me perturbando não era isso.Cruzei os braços, me recostando contra a parede. Meus pensamentos estavam uma bagunça. As imagens da noite passada ainda passavam pela minha cabeça como um filme em câmera lenta.Liz desmaiada.Meu pai com um olhar que eu nunca tinha visto antes, apesar de todas as nossas brigas.Ele não estava só com raiva. Não era ódio. Não era fúria.Era decepção...Algo que apesar de tudo ele nunca demonstrou com tanta força. Meu pai me olhava como se não me reconhecesse mais e isso estava me enlouquecendo.E isso mexia comigo de um jeito que eu não queria admitir.Por que aquilo me afetou tanto? O que há de errado comigo? E
>ELIZABETHPatrício se levantou e pegou meu vestido, ajudando-me a vesti-lo. Seus gestos eram cuidadosos, e a preocupação em seus olhos fez meu coração apertar.Quando finalmente estávamos prontos, ele segurou minha mão.— Vamos para casa.Assenti, permitindo que ele me guiasse para fora daquele pesadelo.Mas uma coisa era certa: Estela precisava pagar por isso. E pagar caro.O caminho de volta para casa foi um turbilhão de emoções sufocantes. O carro estava silencioso, quebrado apenas pela minha respiração entrecortada e pelos soluços que, por mais que eu tentasse conter, escapavam da minha garganta. As lágrimas escorriam pelo meu rosto sem controle, quentes, incessantes, lavando a dor, mas sem levá-la embora.Eu queria dizer algo. Queria confortá-lo, dizer que estava tudo bem, que agora estava a salvo. Mas eu mesma não sabia se era verdade. O que havia acontecido comigo enquanto eu estava desacordada? A ideia me fazia estremecer, e
>ELIZABETHMeu corpo parecia pesado. Minha cabeça latejava, e um gosto estranho tomava minha boca.Pisquei algumas vezes, sentindo meus olhos demorarem a focar. O teto branco e a luz amarelada não me deram pistas imediatas de onde eu estava. Meu corpo estava quente, e uma sensação de torpor percorria meus músculos.Tentei me mover, mas algo parecia errado. O lençol macio contra minha pele me fez perceber a ausência de roupa, e meu coração disparou.Onde eu estava? O que tinha acontecido?— Liz?A voz grave e familiar me fez virar a cabeça devagar. Meus olhos encontraram os de Patrício, e, por um segundo, meu coração se acalmou.Mas então percebi a expressão séria em seu rosto. Ele parecia tenso, preocupado... e furioso.— O que... o que aconteceu? — minha voz saiu rouca.Patrício suspirou, esfregando o rosto com a mão.— Você não lembra de nada?Tentei me concentrar, mas minha mente era um borrão.— Eu... eu estava com Bianca e I
>PATRÍCIOO elevador parecia se mover devagar demais. Eu tamborilava os dedos contra a perna, sentindo a impaciência crescer.Cheguei ao andar indicado e caminhei apressado pelo corredor até parar diante da porta 407.Bati.Silêncio.Bati de novo, mais forte.Nada.O pressentimento ruim que me acompanhava desde que li a mensagem se intensificou. Testei a maçaneta e, para minha surpresa, a porta se abriu.Meu coração deu um salto ao ver a cena à minha frente.Liz e Allan. Na mesma cama. Nus.Por um instante, tudo ao meu redor se dissolveu. O sangue pulsou em meus ouvidos, e um nó se formou na minha garganta.Não. Isso não faz sentido.Ela não queria contato com ele desde antes da gente se envolver de verdade.Meu corpo queria reagir com raiva, mas minha mente gritava que algo estava errado.Caminhei até a cama e toquei o rosto de Liz. Ela estava quente. A respiração leve. Inconsciente.Ela foi dopada.— Mas que mer
Último capítulo