Estela
O sabor da vitória era algo que poucos realmente apreciavam, mas eu? Eu me deliciava com ele.A sensação de ter o controle, de manipular as peças como uma verdadeira mestre de xadrez, fazia meu sangue ferver de excitação.Patrício e Elizabeth estavam acabados.Separados.Destruídos.Caminhei pelo quarto luxuoso onde havia me hospedado nos últimos dias, observando meu reflexo no espelho.Eu merecia um lugar a minha altura, pelo menos para comemorar. Além do mais, eu não podia deixar Allan em qualquer lugar, se eu queria ele como aliado, teria que agradá-lo.Meus lábios se curvaram em um sorriso de pura satisfação. Meu informante dentro da empresa havia acabado de me dar a melhor notícia que eu poderia receber: Elizabeth Montgomery havia pedido demissão.— Pobre coitada... — murmurei, fingindo compaixão enquanto ria baixinho. — Caiu feito uma patinhaEra óbvio que ela não suportaria a pressão. Depois de encher a cabecinha dela,>ALLANMinha cabeça ainda latejava do porre da noite anterior, mas a raiva superava qualquer resquício de dor ou ressaca.— Chegou a sua vez, querido... — Estela sussurrou, mostrando as mensagens para mim.Eu encarei a tela do meu celular, os dedos apertando com força as laterais do aparelho. As mensagens estavam ali, estampadas diante dos meus olhos como uma facada direta no peito.Liz: “Ele acreditou mesmo que poderia fazer parte da nossa vida?”Liz: “É patético.”Patrício: “No fim das contas, Allan nunca foi nada além de um garoto mimado tentando chamar atenção.”O nome de Liz estava gravado no topo da tela, e o outro contato salvo como "Patrício". Meu estômago se revirava só de olhar para aquilo.Eles estavam rindo de mim.Depois de tudo o que eu passei, depois de cada maldita tentativa de me reerguer, de conquistar aquela vadia, Liz e aquele maldito homem estavam zombando de mim pelas costas.Odiava admitir, mas aquelas palavras doí
>ALLANMinha cabeça ainda girava, mas a ideia de vê-los sofrendo me dava forças. Eu queria que meu pai sentisse um pouquinho da dor da rejeição assim como eu estou sentindo agora.— Fale logo.Estela se levantou, ajeitando o vestido curto.— Elizabeth ainda sente algo por você, sabia?Franzi o cenho.— O quê?Isso era uma grande mentira, ela me odeia.— Claro! Só que o grande Patrício está no caminho. Mas e se... eu dissesse que podemos mudar isso?— Eu não estou entendendo onde quer chegar.Ela sorriu, os olhos brilhando com um plano perverso.— E se fizermos Patrício acreditar que Liz ainda é sua? Que na primeira oportunidade que teve, correu para os seus braços.Minha respiração vacilou.— Como?Eu sabia que Estela iria aprontar algo grande, desde que só traga sofrimento sem danos mais graves, pra mim não havia problema.— Simples. Eu mando uma mensagem para Liz, fingindo ser você. Peço para ela se encontrar com vo
>ALLANEstela fez tudo como havia planejado. Tudo foi armado na mais perfeita ordem, e comecei a pensar que talvez ela não estivesse realmente sozinha no meio daquilo tudo.Eu estava mais apreensivo que o normal, minha cabeça zumbia diante do que estava previsto para as primeiras horas.Liz chegou ao hotel por volta das 19:10, sem nem imaginar a armadilha que estava armada para ela.Uma funcionária a esperava no quarto, agindo como se estivesse ali por acaso. A moça entregou um serviço de quarto para Liz, ela aceitou a bebida sem hesitar.A empregada a dopou sem que ela percebesse, um líquido incolor misturado em um copo de água.Dez minutos depois ela estava totalmente apagada.Estela estava posicionada do lado de fora, pronto para avisar o momento exato em que Patrício aparecer.E eu?Eu não sabia mais o que sentia.Odiava Liz. Queria vê-la pagar. Mas agora, parado ali do lado de fora do quarto do hotel, o estômago, revirando, não cons
>ELIZABETHA tarde seguia tranquila, o sol dourava suavemente as janelas da sala enquanto Bianca, Inocência e eu conversávamos animadamente sobre coisas do dia a dia. Decidimos ter um dia das garotas na casa de BiancaEra um raro momento de descontração em meio a tudo o que estava acontecendo.— Você tem que admitir, Liz — Bianca brincou, jogando uma almofada em mim. — Agora que está solteira de novo, vai ter fila de pretendentes na sua porta! A gente podia voltar naquele bar — Bianca! — Inocência a repreendeu com um olhar divertido. — Ela acabou de sair de um relacionamento complicado, dá um tempo!— Qual o problema? Ela fez isso com o Allan.— É diferente né, para de ser insensível.Sorri, tentando entrar no clima leve da conversa, mas por dentro... havia um buraco no meu peito que não se fechava. Desde a separação de Patrício, eu tentava seguir em frente, mas era difícil. Muito difícil.A vibração do meu celular na mesa interr
— ELIZABETH MONTGOMERY — "Prólogo" Até onde você iria por um amor que nunca deveria ter acontecido? Eu nunca soube a resposta até conhecer Patrício... Na verdade, eu nunca procurei por ela até conhecê-lo. Antes dele minha vida era como um roteiro bem escrito: faculdade, estágios, noites silenciosas dedicadas ao futuro que eu acreditava ser o certo. Eu até tinha um namorado, mas eu nem mesmo podia dizer que aquilo era amor. Eu gostava dele? Sim. Mas amar? Acredito que era um termo um pouco forte para descrever tal situação. Mas então ele apareceu, com seu jeito reservado, seus olhos que escondiam tempestades e aquele sorriso que parecia prometer o mundo e destruí-lo ao mesmo tempo. Ele vinha com aquela intensa bagagem que prometia grandes problemas e dores de cabeça. Mas quem importa? Afinal, o amor prevalece, né verdade? Eu lutei contra isso, sabe? Tentei me convencer de que era só uma atração, uma curiosidade passageira. Mas como você foge de algo que parece estar gravado na
> ELIZABETH
>ELIZABETH<- Não é nada do que você está pensando. - Allan fala. Será que ele acha que eu sou estúpida? Ou burra? Cega, talvez?Não, não é o que eu estou pensando é o que eu estou vendo. Tenho vontade de gritar mas permaneço quieta.Em um reflexo percebo que a minha “amiga” vadia ainda está na porta e continua olhando para a sua roupa que está aos meus pés.Fico estática enquanto controlo minha respiração. O que essa mulher ainda está fazendo aqui?Ela está tentada a se abaixar e pegar, mas sabe que não é uma boa ideia no momento. Eu sempre fui uma pessoa calma em qualquer situação, não gosto de brigas e não sou de fazer barracos, e talvez eles queriam aproveitar disso, mas não agora, eu preciso extravasar toda essa raiva pela dupla traição.E ela continua parada as minhas costas.Essa vagabunda só pode estar me testando. Respiro fundo, me abaixo e pego no chão com um sorriso desdenhoso no rosto.- É isso que você quer, amiga? - pergunto com um ódio que chega a me cegar.Com fúria, p
>ELIZABETH