>ALLAN<
Estela fez tudo como havia planejado. Tudo foi armado na mais perfeita ordem, e comecei a pensar que talvez ela não estivesse realmente sozinha no meio daquilo tudo.Eu estava mais apreensivo que o normal, minha cabeça zumbia diante do que estava previsto para as primeiras horas.Liz chegou ao hotel por volta das 19:10, sem nem imaginar a armadilha que estava armada para ela.Uma funcionária a esperava no quarto, agindo como se estivesse ali por acaso. A moça entregou um serviço de quarto para Liz, ela aceitou a bebida sem hesitar.A empregada a dopou sem que ela percebesse, um líquido incolor misturado em um copo de água.Dez minutos depois ela estava totalmente apagada.Estela estava posicionada do lado de fora, pronto para avisar o momento exato em que Patrício aparecer.E eu?Eu não sabia mais o que sentia.Odiava Liz. Queria vê-la pagar. Mas agora, parado ali do lado de fora do quarto do hotel, o estômago, revirando, não cons>ELIZABETHA tarde seguia tranquila, o sol dourava suavemente as janelas da sala enquanto Bianca, Inocência e eu conversávamos animadamente sobre coisas do dia a dia. Decidimos ter um dia das garotas na casa de BiancaEra um raro momento de descontração em meio a tudo o que estava acontecendo.— Você tem que admitir, Liz — Bianca brincou, jogando uma almofada em mim. — Agora que está solteira de novo, vai ter fila de pretendentes na sua porta! A gente podia voltar naquele bar — Bianca! — Inocência a repreendeu com um olhar divertido. — Ela acabou de sair de um relacionamento complicado, dá um tempo!— Qual o problema? Ela fez isso com o Allan.— É diferente né, para de ser insensível.Sorri, tentando entrar no clima leve da conversa, mas por dentro... havia um buraco no meu peito que não se fechava. Desde a separação de Patrício, eu tentava seguir em frente, mas era difícil. Muito difícil.A vibração do meu celular na mesa interr
>PATRÍCIO Apoiava os cotovelos na mesa, girando distraído um copo com uísque já pela metade. O líquido âmbar refletia a luz do escritório, dançando em ondas suaves. Meu peito pesava, e minha mente girava em torno do mesmo problema há dias. Liz. — Você não devia está bebendo. — Fernando falou — Achei que a gente tinha entrado em um acordo depois daquele dia do bar — Eu sei. E entramos, mas eu preciso refrescar minha mente. — Suspirei, casando demais com a minha situação. Nos últimos dias tenho ligado incessantemente para o meu filho e para Liz, sem resposta de nenhum dos dois. — Mas é que eu ainda não consigo entender. Como ela decidiu assim de uma hora pra outra que era melhor se afastar? Eles estavam me ignorando e eu não sabia mais o qua fazer, eu estava ficando louco com tudo isso já. Fernando, sentado na poltrona à minha frente, tamborilava os dedos no braço do móvel, me observando com um meio sorriso.<
>PATRÍCIOO elevador parecia se mover devagar demais. Eu tamborilava os dedos contra a perna, sentindo a impaciência crescer.Cheguei ao andar indicado e caminhei apressado pelo corredor até parar diante da porta 407.Bati.Silêncio.Bati de novo, mais forte.Nada.O pressentimento ruim que me acompanhava desde que li a mensagem se intensificou. Testei a maçaneta e, para minha surpresa, a porta se abriu.Meu coração deu um salto ao ver a cena à minha frente.Liz e Allan. Na mesma cama. Nus.Por um instante, tudo ao meu redor se dissolveu. O sangue pulsou em meus ouvidos, e um nó se formou na minha garganta.Não. Isso não faz sentido.Ela não queria contato com ele desde antes da gente se envolver de verdade.Meu corpo queria reagir com raiva, mas minha mente gritava que algo estava errado.Caminhei até a cama e toquei o rosto de Liz. Ela estava quente. A respiração leve. Inconsciente.Ela foi dopada.— Mas que mer
— ELIZABETH MONTGOMERY — "Prólogo" Até onde você iria por um amor que nunca deveria ter acontecido? Eu nunca soube a resposta até conhecer Patrício... Na verdade, eu nunca procurei por ela até conhecê-lo. Antes dele minha vida era como um roteiro bem escrito: faculdade, estágios, noites silenciosas dedicadas ao futuro que eu acreditava ser o certo. Eu até tinha um namorado, mas eu nem mesmo podia dizer que aquilo era amor. Eu gostava dele? Sim. Mas amar? Acredito que era um termo um pouco forte para descrever tal situação. Mas então ele apareceu, com seu jeito reservado, seus olhos que escondiam tempestades e aquele sorriso que parecia prometer o mundo e destruí-lo ao mesmo tempo. Ele vinha com aquela intensa bagagem que prometia grandes problemas e dores de cabeça. Mas quem importa? Afinal, o amor prevalece, né verdade? Eu lutei contra isso, sabe? Tentei me convencer de que era só uma atração, uma curiosidade passageira. Mas como você foge de algo que parece estar gravado na
> ELIZABETH
>ELIZABETH<- Não é nada do que você está pensando. - Allan fala. Será que ele acha que eu sou estúpida? Ou burra? Cega, talvez?Não, não é o que eu estou pensando é o que eu estou vendo. Tenho vontade de gritar mas permaneço quieta.Em um reflexo percebo que a minha “amiga” vadia ainda está na porta e continua olhando para a sua roupa que está aos meus pés.Fico estática enquanto controlo minha respiração. O que essa mulher ainda está fazendo aqui?Ela está tentada a se abaixar e pegar, mas sabe que não é uma boa ideia no momento. Eu sempre fui uma pessoa calma em qualquer situação, não gosto de brigas e não sou de fazer barracos, e talvez eles queriam aproveitar disso, mas não agora, eu preciso extravasar toda essa raiva pela dupla traição.E ela continua parada as minhas costas.Essa vagabunda só pode estar me testando. Respiro fundo, me abaixo e pego no chão com um sorriso desdenhoso no rosto.- É isso que você quer, amiga? - pergunto com um ódio que chega a me cegar.Com fúria, p
>ELIZABETH
>ELIZABETH