— O mundo é do jeito que é porque é o mundo que nós, de certa forma, pedimos.
— Eu não pedi um mundo assim, não. — Ania exclamou horrorizada.
— Isso vem desde Adão e Eva, Ania, quando eles comeram o fruto proibido.
— Não sei quem são eles, não… Eles são culpados por tanto mau no mundo?
— Na verdade, as ações deles, nos deram o livre arbítrio, infelizmente, nem sempre a gente, digo os seres humanos, fazemos boas escolhas.
— Ainda não entendi Aline.
— Depois te conto sobre eles, pequena. — Nanda diz ao ver a confusão na fisionomia de Ania.
— Certo, Nanda, me conte mesmo, quero entender.
— Eu não pedi para meu pai me machucar, Aline. — Falei depois de um tempo pensativa. Não consigo reprimir a dor em minha voz.
Mesmo o perdoando, ainda doe… Como doe!
— Claro que não! — Ela afirmou. — Ninguém pedi ao próprio pai para machucá-la, Elisa, pelo menos, não alguém em sã consciência. Às vezes experimentamos as consequências dolorosas das escolhas de outros ou nossas próprias escolhas. “