DAMIÁN ASHFORD
Mantive o olhar fixo em Camille e esperei que os homens de jaleco branco terminassem seu trabalho. Camille nem piscou quando a agulha perfurou sua pele, nem quando os cotonetes rasparam o interior de sua bochecha. Não houve súplicas nem reclamações, apenas um sorriso afiado e desafiador. Ela me lembrou a mim mesmo. Eu podia admitir que ela era uma digna Ashford.
— Suponho que isso seja o que chamam de hospitalidade — ela zombou, cruzando as pernas com desdém enquanto me observava.
— Digamos que seja uma precaução necessária — respondi sem emoção.
Ela riu suavemente, inclinando-se para a frente.
— E agora que você tem minhas amostras, o que vem a seguir? Você vai me jogar pela janela ou esperar que os resultados confirmem que você tem uma irmã? — ela perguntou com ironia e um olhar desafiador.
Levei um segundo para observá-la. Assim como em mim, a genética do meu pai era inegável: seus olhos negros, seus cabelos loiros que mais pareciam âmbar e aquela atitude altiva e de