Narrado por Bianca
O carteiro me chamou pelo nome completo.
Isso, por si só, já era um mau sinal.
— Senhora Bianca Almeida Mancini?
Assinei o recibo sem perguntar.
Já era parte da rotina agora — entregas, cobranças, exigências, olhares. Desde que meu sobrenome virou alvo da mídia, até ir à farmácia se tornou um campo minado.
Mas não era uma entrega qualquer.
Era uma intimação judicial.
Minhas mãos começaram a tremer antes mesmo de abrir o envelope.
A letra do advogado era fria. Técnica.
Mas a mensagem, ainda assim, machucava como uma facada.
> “Solicita-se, em nome da família Mancini, uma avaliação psiquiátrica e psicológica da Sra. Bianca Almeida Mancini, com o objetivo de atestar suas plenas condições emocionais e mentais para o exercício da maternidade…”
Fechei os olhos.
Engoli seco.
Não chorei.
Ainda não.
Mas eu sabia… aquilo era uma guerra declarada.
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Noah chegou mais tarde naquela noite. Eu nem ia contar.
Mas ele notou o envelope sobre a mesa de jantar, aberto, com o selo do