Alexandra.
Ir para a faculdade sempre foi um sonho meu. Na minha mente, se eu fosse a esse lugar e conseguisse provar que não sou inepta, algum tipo de conquista seria desbloqueada na minha vida.
Eu não sabia qual, mas deixaria de me sentir tão... Eu.
Já era março, a nebulosidade continuava em Moscou e parecia que nunca pararia de nevar. Hoje faz três semanas que comecei a estudar design de interiores na universidade particular.
Eu gostava, tinha muito interesse por tudo que tinha a ver com estética, harmonia e ajudar as pessoas. Também fiz uma aula chamada teoria da cor e da luz e foi minha favorita.
Ainda assim, nem tudo foi perfeito. A minha mãe morreu em dezembro, ou melhor, Mikhel, o meu irmão mais velho, a assassinou depois que ela foi responsável pelo sequestro dele, de sua esposa Elizabeth e de sua filha Sofiye.
Pensar em Sofiye fez o meu coração apertar, e tentei não desabar, porque eu não a via há dois meses, e era melhor assim.
Por outro lado, o meu pai também estava morto, e eu não deveria ficar triste por isso. Eu sempre tive esperança de que, no fim dos tempos, ou quando eles ficassem velhor, eles se armassem de humanidade e me pedissem desculpas por tudo.
Isso não aconteceu e agora, agora eles estavam mortos.
Deniska, que foi minha melhor amiga por anos, também estava morta, e eu tinha acabado de descobrir que Mikhel também havia desaparecido com as suas irmãs.
Ele praticamente erradicou a família Mazarov.
Era engraçado como todos ao meu redor pareciam estar morrendo, provavelmente sem nada a ver comigo, ou talvez tivesse, mas eu estupidamente pensei que resolveria todo o meu vazio e ansiedades se mudasse sozinha e fosse para a faculdade.
Eu estava errada.
Esta foi a terceira vez que saí do refeitório da universidade depois que café quente derramou na minha camisa. Não foi como se eu tivesse jogado em mim de proposito, não, claro que não.
Quando comecei minhas primeiras aulas. No final de fevereiro. Eu sabia que deixaria para trás tudo que me ligava aos meus irmãos. Eu não queria que ninguém tivesse medo de mim por coisas que não eram minhas, e é por isso que tentei me mostrar exatamente como eu era.
Eu tinha três guarda-costas: Vik, Andrew e Carl.
Eles poderiam ter me escoltado até a entrada da universidade, mas depois de uma briga com Mikhel e Vlader, deixei claro que não queria que eles me perseguissem por toda parte e alcancei a minha vitória.
Isso me deixou feliz, esta era uma universidade para pessoas ricas, os filhos dos políticos mais renomados do país e também dos empresários mais influentes estudavam aqui, ver guarda-costas não era algo incomum, no entanto. Eu não queria que eles interferissem na minha vida e me limitassem socialmente.
Eu era completamente inepta em fazer amigos, então foi uma alegria total para mim quando descobri que um grupo de três melhores amigas gostavam de mim: Chelsy, Dannia e Karale.
Elas se conheciam há muito tempo e foi emocionante para mim quando elas abriram o grupo e me convidaram para almoçar com elas. Tivemos várias aulas juntos e eu sempre as procurava para sentar ao lado delas e ouvir sua arte.
Elas gostaram de mim. Eu realmente achei que sim.
No entanto, há uma semana, Chelsy acidentalmente derramou café quente em minhas roupas. Ela ficou muito chateada e eu tentei acalmá-la dizendo que não foi culpa dela, que tinha sido um acidente. Três dias depois, a mesma coisa aconteceu, e hoje, apenas uma hora antes do meu primeiro exame, ela jogou café na minha blusa rosa novamente.
— Merda, Xandra. Ela disse, olhando para mim com os olhos arregalados. — Perdoe-me, perdoe-me!
Levantei-me rapidamente, tentando ignorar a queimação na minha pele.
— Ou Chelsy é realmente estúpida ou Xandra está em todo lugar. Zombou Dannia, e as três riram.
Olhei para cima e notei várias pessoas ao meu redor me olhando com pena. Aparentemente, todas sabiam que não era a primeira vez que isso acontecia. Engoli em seco e olhei para o chão enquanto continuava a secar minha blusa.
— Você ficou chateada? Chelsy me perguntou. — Não foi intencional.
Fingi um pequeno sorriso e assenti.
— Não se preocupe, eu entendo. Peguei a minha bolsa. — Vou ao banheiro, eu... Vejo vocês por aí, meninas.
Saí do refeitorio sentindo vários olhares em mim e ouvindo as risadas baixas das três.
Um nó se formou na minha garganta e, de repente, eu só queria fugir, desaparecer. Não fazia sentido eu ser reprovado na prova de apresentação do projeto. Afinal, eu não tinha conseguido entender nada e era uma idiota incapaz de decorar muita coisa.
Saí do campus e fui em direção ao espaço verde, que estava coberto por uma planície de neve, me perguntando repetidamente por que ninguém parecia gostar de mim. Eu não era realmente uma mulher odiosa ou rude, embora eu não tenha sido a pessoa mais legal com Dmitry e Elizabeth no ano passado.
O que eu tinha que fazer para me encaixar?
Ignorando o frio e o fato de ter deixado meu casaco lá dentro, sentei-me em uma pequena mesa coberta no campus e silenciosamente observei os flocos de neve caírem.
A minha cabeça foi para algum lugar e o meu coração se acalmou, mesmo me sentindo desanimada e cansada.
— Você não deveria estar aqui no meio de uma nevasca. Cadê seu casaco? Ouvi uma voz fria atrás de mim e meu coração saltou dentro do peito.
Rapidamente me levantei e me virei, ficando cara a cara com ele e seu olhar outonal.
O meu coração reconheceria ele de qualquer maneira, em qualquer lugar, e não era algo novo, era algo que já acontecia há muitos anos e eu não podia evitar.
— O que você está fazendo aqui? Perguntei, tentando esconder a minha surpresa, mas não consegui.
Ele estava vestido todo de preto. Calça camuflada preta, botas pretas e uma camisa de manga comprida que era térmica e protegia sua pele.
Sem dúvidas, o preto sempre seria a sua cor.
Ele não respondeu à minha pergunta, mas, o seu olhar me percorreu de cima a baixo, e tive que abrir os lábios para respirar melhor quando seus olhos pousaram no meu peito.
— Café de novo? Ele perguntou lentamente. — Por que sua blusa está marrom de novo?
— Que…?
— A sua blusa, Alexandra. Por que tem café? Ele deu um passo à frente e seu cheiro me envolveu. Era algo escuro, picante, amadeirado e sedutor. — Esta é a terceira vez que sua blusa fica manchada de café. Por que?
— Como você sabe que é a terceira vez?
— Porque? Ele exigiu novamente, ignorando minha pergunta. — Alguém está fazendo isso?
Eu não sabia o que ele estava fazendo ali. Na verdade, eu não o via desde dezembro. Aos poucos, fui aceitando o fato de que ele me odiava e nunca iria me notar.
Tentei aceitar essa verdade e, mesmo que doesse de uma forma que eu não queria expressar, eu iria aceitá-la.
Meses atrás, quando ele levou um tiro no peito e meu mundo quase desabou, eu estava ao seu lado dia e noite, sem me importar com o que Mikhel e Vlader diziam.
Só havia Dimitry e, mesmo sabendo que ele nunca retribuiria, eu rezava várias vezes para que ele melhorasse.
Aquele mês foi uma verdadeira tortura para mim, especialmente quando Coralli, filha de um político importante que trabalha para Mikhel e que era cuidada por Dmitry, veio visitá-lo e eu a ouvi dizer a Elizabeth, esposa de Mikhel, que ela era namorada de Dmitry.
O meu mundo parou naquele momento. Era estúpido e infantil, eu sabia, Dmitry não me devia nada, e ainda assim meu mundo quase desabou quando ouvi aquelas palavras saírem da boca dela.
Na verdade, não pude deixar de me perguntar... O que Coralli tinha que eu não tinha?
Ela era uma mulher linda, é claro. Ela tinha feições asiáticas que a faziam parecer adorável aos 25 anos, e seu longo cabelo preto era um sonho. Entretanto… Por que ela tinha a atenção dele e a minha?
Porque ela não é viciada em drogas como você, Xandra. Gritou minha mente. Não é uma vergonha.
Eu tive problemas com drogas no ano passado e até o começo desse também. Eu as conheci graças à Deniska, que era minha melhor amiga. Para ser honesta, a minha intenção nunca foi me tornar uma viciada em drogas e, por mais irresponsável que pareça, eu só estava procurando uma maneira de silenciar as vozes na minha cabeça. Ou melhor, a minha própria voz.
Uma voz que me dizia repetidamente o quão desagradável e inútil eu era. Uma voz que me lembrava de tudo o que fiz quando tinha quinze anos. Uma voz que gritava "assassinato" para mim repetidamente e eu não conseguia lembrar por quê...
Anfetaminas, ecstasy e maconha se tornaram minhas melhores companhias. Eu não sabia quando isso aconteceu, mas de repente não consegui mais viver sem elas e me tornei um ser nojento, uma mulher que faria qualquer coisa por mais uma dose, e no meio do meu caos, quase assassinei Elizabeth.
Quase ganhei o ódio do meu irmão Mikhel.
Ele nunca me disse, mas eu tinha certeza de que no fundo ele me culpava por tudo que tinha acontecido. Eu não apenas o decepcionei, mas também lhe mostrei que eu era uma viciada em drogas, insensata e sem vida.
Então, resumindo, sim, eu conseguia entender por que eu nunca fui uma opção para Dmitry.
— Ninguém fez nada comigo. Finalmente respondi à pergunta de Dmitry, deixando os meus pensamentos para trás. — Aparentemente sou um pouco desastrada.
Estremeci bruscamente quando a sua mão firme e calejada foi até meu queixo e me fez olhar para ele.
Durante todo o tempo em que o conheci, pude contar nos dedos de uma mão o número de vezes que ele me tocou. Ele não era um homem de contato físico, muito menos comigo, mas naquele momento ele me tocou e o ar foi extinto dos meus pulmões.
— Olhe para mim quando falar comigo, Alexandra. Ele ordenou com uma voz gélida. — E não minta para mim.
— Como você sabe que estou mentindo?
— Você sempre morde o lábio superior quando está mentindo. Ele disse simplesmente. — Eu conheço você, então vou perguntar novamente: quem fez isso com você?Suspirei e me afastei dele para escapar do seu toque e não me permitir pensar coisas.— Minha amiga Chelsy fez isso. Admiti.— As duas vezes anteriores também?Eu assenti.— Porque? Ele perguntou.— Foi um acidente.— Um acidente três vezes seguidas?Assenti novamente.— Isso não foi um acidente, Alexandra. Você sabe disso.Não, eu não queria saber. Na verdade, eu estava sendo muito legal com elas e não queria pensar que elas estavam sendo maus comigo só por ser... Só por ser eu.— Foi um acidente. Repeti. — Mas não se preocupe, eu quero ir para casa, você pode me levar?Pelo olhar que ele me lançou, eu sabia que ele não tinha terminado comigo, mas ele deixou para lá.— Você está perdendo uma aula.— Como você sabe tanto sobre minhas coisas da faculdade? Perguntei, e como ele não respondeu, acrescentei: e não importa, eu não sei n
Alexandra.Eu tinha tirado nove na minha prova e ia morrer de alegria.Nunca pensei que tiraria uma nota tão alta no teste, obviamente não um dez, mas também não um quatro ou pior.Saí da sala de aula sorrindo e sentindo um frio na barriga, porque queria ver a cara do Dmitry quando eu dissesse que graças a ele eu tinha conseguido passar na prova.— Ei, Xandra. Ouvi a voz de Chelsy no corredor e sorri para ela enquanto caminhava em sua direção. —Você está triste com a sua nota de meio de prova?— Ah, não, eu passei. Respondi animadamente, deixando para trás o que aconteceu no refeitório. — Eu realmente pensei que ia me sair mal, sou ruim em leitura e tudo mais, mas consegui ajuda e consegui entender as perguntas porque...Chelsy se virou naquele momento para cumprimentar outra pessoa e me deixou falando sozinha por um minuto. Quando ela voltou, ela sorriu.— O que você estava dizendo?— Nada, não se preocupe. Respondi. — Você ia me perguntar alguma coisa?— Ah, sim, tem uma festa na ca
— Xandra! Ela me cumprimentou quando atendi e me deu um grande sorriso que retribuí, pois era impossível não sorrir para ela.— Ei. Eu disse. — Como vão as coisas?— Bem, você saberia se viesse nos visitar.Desde que me mudei da mansão deles, o que foi em dezembro, evitei completamente voltar lá. Mikhel e Vlader vinham me ver com frequência, mas a decisão de ficar longe foi inteiramente minha.— Ando um pouco ocupada, desculpe. Menti. — Como vai? As crianças?Os seus lindos olhos azuis se encheram de emoção enquanto ela me contava sobre Sofiye e os gêmeos. Eu a ouvi em silêncio com um sorriso suave nos lábios e concordei.— Falando da Sofiye, ela é o motivo pelo qual liguei para você, ela tem uma apresentação de dança amanhã e é importante para ela. Você gostaria de vir?O sorriso desapareceu completamente dos meus lábios e meu coração começou a bater mais rápido.— Ah, não sei, é que amanhã...— Está ocupada?— Sim, estou fazendo provas de meio de semestre na universidade.Ela parece
Quando chegamos na casa da Karale, fiquei surpresa com o quão fofa e pequena ela era. Parecia mais uma cabana rural cheia de luz quente e fogueiras do lado de fora.— E todas as pessoas? Perguntei quando saímos e descobrimos que não havia mais carros.— Seremos só você, Chelsy, Karale e eu.Eu tinha imaginado algo maior, mas concordei alegremente.— Elas chegaram! Chelsy apareceu na porta e abraçou Dannia e depois eu. — Entre, estavamos indo para a jacuzzi.Entrei na pequena casa, que cheirava a baunilha e algo ainda mais doce. Parei no meio do caminho quando notei Karale saindo de uma sala fumando um baseado.— Belo casaco. Chelsy me disse. — Você empreste para mim.Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela começou a pegar o casaco de mim e eu entreguei a ela, meus olhos ainda fixos em Karale.A ansiedade tomou conta de mim e engoli em seco quando a imagem de Deniska veio à mente.— Parece que você viu um fantasma. Zombou Karale. — Você nunca viu alguém fumar? Você quer um pouco
— Alexandra Novikova. Uma das princesas da máfia russa e, portanto, uma das mais bonitas. Acrescentei. — Um dia, uma modelo muito famosa me disse que eu poderia facilmente ser uma rainha da beleza. Falando em rainhas da beleza, você sabia que as loiras quase sempre ganham? E adivinhem a cor do meu cabelo? Sim, loira e…— Estou tentado a fazer esse acordo com você, só em troca de você ficar quieta, o que você acha?Achei que era uma coisa rude de se dizer, mas como não podia abusar da sorte, aceitei.— Tudo bem, como você quiser.***Fiquei nervosa quando chegamos à mansão e eles abriram as portas principais para Dmitry. O seu rosto ficou mais sério e engoli em seco quando ele saiu do veículo no meio da entrada da minha casa, bem onde havia pelo menos seis guardas patrulhando.— A noite está sendo boa para vocês? Ele perguntou com uma frieza taciturna.Não houve resposta, mas de dentro do carro eu vi todos eles se levantarem mais firmemente.— Onde está Alexandra? Ele perguntou.— Lá d
— Nada.— Alexandra!— Nada.Levei a minha mão até o queixo dela para fazê-la olhar para mim e essa foi a pior coisa que pude fazer, pois ela recuou ao meu toque e engasgou.— Quem te disse que você pode me tocar? Você não pode me tocar sem a minha permissão! Não quero que você me toque novamente!Eu conhecia o remorso e a culpa de longe, e não os senti naquele momento. Mesmo assim, eu entendi perfeitamente que algo ruim tinha acontecido e contei para Vlader, porque ele era o irmão mais próximo dela.Eu não sabia como aquela conversa terminou no final, mas evitei tocá-la apenas quando era estritamente necessário.Assim como agora.Felix entrou em casa um pouco pálido e, quando ele se aproximou de mim, olhei para ele friamente.— Senhor. Ele disse, curvando a cabeça.Alexandra rapidamente se levantou e se aproximou dele.— Eu já expliquei a ele que não é sua culpa, eu te traí e Dmitry prometeu não te machucar porque todos nós vamos manter isso em segredo e seguir em frente como se nada
Dmitry.Eu tinha dado a minha palavra a Alexandra, só por isso, naquele momento, a cabeça de Felix não estava aos meus pés.— Não sei como isso aconteceu, senhor. Ele disse com voz firme, mas vi o terror em seus olhos.— Você não sabe como isso aconteceu. Repeti.Nós dois estávamos nos fundos da mansão, bem longe da loira.— Você está me dizendo que uma garota mimada de 23 anos é mais inteligente que você? A minha pergunta foi casual, mas meu tom foi gélido. — É só isso?— Eu nunca pensei que ele escaparia.— Ela fez isso. Bem debaixo do seu nariz e sob o olhar dos outros idiotas.Eu ainda lutava com a ideia de que ela simplesmente tinha rastejado para dentro do maldito lixo e escapado.Era uma brincadeira.Alexandra tinha um rastreador na nuca. Este rastreador era supervisionado por Mikhel, Vlader e eu.Eu estava no meu apartamento e, como o destino quis, decidi verificar a localização dela e descobri que ela estava muito longe de casa.Esse foi o fim da minha noite de descanso.Era
Eu nunca a havia tocado tanto, e ali, de repente, me vi entrelaçando os meus dedos em seus cabelos macios e aveludados. Eu tinha quase certeza de que seda e cetim não podiam ser tão macios, e confirmei isso enquanto os meus dedos se moviam em torno daquelas tiras grossas e brilhantes.— Eu deveria matá-las por isso. Eu disse de repente. — Talvez eu faça isso.— Dmitry. Ela reclamou.— Dmitry, nada, Alexandra. Disse com raiva. — Quem te faz pensar que estando sob a minha proteção alguém pode fazer coisas assim com você?Ela não respondeu.— Se eu não posso tocar, quem te faz pensar que vou deixar os outros fazerem isso?Ela estremeceu violentamente com a dureza das minhas palavras, mas não disse mais nada, permaneceu em silêncio, e isso foi o melhor porque, para ser sincero, mesmo que eu normalmente não respondesse a provocações, eu estava mais do que disposto a ir procurá-las e ferrar não só com elas, mas com suas famílias inteiras.Sem dizer mais nada, arrumei o cabelo dela de modo q