Entre Sonhos e Fragmentos de Lembranças.
Acordando Sem Lembranças
Cecília entrou no quarto, silenciosa como uma sombra. Os sons ao redor eram abafados pelo silêncio pesado da madrugada. Ela abriu a porta com cuidado, verificando se Miguel estava acordado, mas encontrou apenas tranquilidade: Miguel dormia profundamente, enquanto Clara estava sentada na poltrona, imersa na leitura de um livro, iluminada pela luz suave do abajur.
Sem esboçar uma reação, Cecília foi direto para o banheiro. A água do chuveiro abafava seus pensamentos confusos enquanto o vapor enchia o espaço ao seu redor. Quando saiu, enrolada num elegante roupão de seda, encontrou Clara olhando-a com um sorriso contido e balançando a cabeça em reprovação silenciosa. Ignorando a expressão da enfermeira, Cecília deitou-se na cama ao lado de Miguel, virando-se para o outro lado e puxando o lençol sobre si, como se o peso de seus segredos e ações pudesse ser encoberto pela tranquilidade aparente do sono.
Quinze minutos depois, o silêncio foi rompido pelos murmúrios