“Se a Letícia estivesse junto, eu não teria qualquer desculpa razoável para buscar Beatriz.
Muito menos poderia, de forma natural, sugerir jantar na casa dela.
Com a irmã presente, aquilo pareceria brusco demais.
Afinal, eram sempre Beatriz e Letícia que dividiam as refeições.
E eu, entrando no assunto, pareceria apenas alguém cobrando a refeição perdida do sábado.
Mas não foi exatamente isso o que acabei fazendo no carro?
No fim das contas, não passei a impressão de estar mesmo cobrando?”
Eduardo permaneceu em silêncio.
Nem ele conseguia responder de verdade àquela questão levantada pela irmã.
Por fim, deu a si mesmo uma justificativa que soava, pelo menos, lógica:
Era melhor que tudo acontecesse de forma natural, sem forçar. Assim a noite fluiria tranquila.
Mas não explicou nada para Letícia.
Se falasse, ela certamente não deixaria o assunto morrer.
Para ele, aquele natural fazia sentido, para a irmã, era apenas algo desnecessário.
Fechou a janela de conversa sem responder.
Nesse mom