— Vovô... — Gabriel começou a falar, a voz amarga.
Ser humilhado era uma coisa, mas ainda assim precisava engolir o orgulho e suplicar.
Porque, além do avô, ninguém mais poderia ajudá-lo.
— Eu queria pedir que, no dia da recepção...
Gabriel não conseguiu terminar a frase. O Sr. Henrique já havia adivinhado suas intenções.
— Gabriel, se você tivesse um mínimo de vergonha, ou ao menos alguma noção, não apareceria em um evento desses para incomodar Beatriz e a família Cardoso. Eles não te suportam.
Gabriel baixou a cabeça, os dedos se fechando em silêncio. Demorou vários segundos até murmurar, com a voz rouca:
— Eu sei. Mas eu quero ir... Eu posso ficar de longe, sem me aproximar, sem deixar que me vejam.
Ao ouvir aquele pedido tão humilde do neto, o Sr. Henrique soltou um suspiro involuntário.
— Pra quê, meu querido? Que sentido tem? Às vezes, ver é pior do que não ver. Só vai te trazer dor e frustração.
— Eu só quero ver a Beatriz... — Disse Gabriel.
Ele queria olhar para ela com os pr