— Moça… se alguém perguntar se eu acordei, diz que sim. Que acordei e voltei a dormir. — Pediu Beatriz, com a voz baixa.
A enfermeira a observou por um instante. Duvidava que ele fosse perguntar… Mas mesmo assim assentiu com a cabeça.
O quarto era individual. Beatriz estava deitada, encarando a janela com um olhar vazio.
Ela queria ir embora. Queria sumir. Queria, de uma vez por todas, se afastar daquele casal desprezível.
“Faltavam só três dias…
Por quê? Por que eles ainda precisam me torturar?
Não. Errado.
Já só faltam dois.
Amanhã… Finalmente, eu vou embora.”
Beatriz fechou os olhos. Já tinha deixado tudo pronto, malas arrumadas, decisões tomadas. Agora, só desejava que o tempo passasse depressa.
No início da tarde, uma visita inesperada apareceu.
Era Rafael.
— Sra. Beatriz, a senhora está bem? — Ele entrou com uma cesta de frutas nas mãos, tentando soar leve e gentil. — O Sr. Gabriel pediu que eu viesse ver se a senhora já havia acordado.
Beatriz não respondeu. O rosto seguia inexp