HENRY
Estaciono o carro diante do edifício de Belinda. Com ambas as mãos no volante eu reflito se realmente este é um caminho que eu quero seguir.
Durante muito tempo eu reprimi esse sentimento crescente no meu peito. Eu a amaldiçoei por Belinda ter me abandonando.
Quem era essa mulher que me virava as costas sem hesitação?
Um sorriso torto formou-se em meus lábios por este pensamento.
Talvez grande parte do meu ressentimento tenha sido orgulho ferido, afinal, eu não estava habituado a ser deixado, somente a partir sem olhar para trás. É possível que o universo tenha me feito sentir o sentimento amargo que é desejar alguém fervorosamente e ter que ver essa pessoa partir.
— Maldição. — murmurei inclinando minha cabeça no banco revestido do veículo. De soslaio capturo o buquê de rosas que comprei a caminho do meu destino. Essa atitude é terrivelmente clichê, eu confesso. Contudo, não é assim que os amantes agem?
Eu não cresci com referência romântica. A minha mãe morreu durante o meu