Capítulo 62

Passaram-se dias que iam na mesma lentidão com a qual minhas feridas sarravam. Não me importava mais com o passado, mas sim com o futuro. Me cansei tanto de lembrar e reviver, que tinha decidido brincar de adivinhas com o tempo. Cada dia era um dia, me encolhia no embalo do acontecer e me permitia crescer e cicatrizar, por mais que várias coisas tivessem mudado.

Quase no fim da manhã, olhava para meu reflexo banhado de desânimo. Era oque mais via no meu reflexo, todas as noites e todos os dias.

Minha expressão estava indecisa, não sabia se ficava empolgada ou irritada por ter que voltar para escola. Minha calcinha cobria minha indecência, o resto era exposto como se já não me coubesse nem interessasse esconder. Alguns raios solares aqueciam-me a pele de forma fraca, parecia que choviam grãos de poeira, tendo os raios como holofotes para seu espetáculo slow. Estava tudo em câmera lenta, que parecia a forma mais sensata que Deus arranjou para t
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