Em uma das gavetas de Tiago, uma pequena regata de algodão branco estava dobrada impecavelmente. Era a peça que Amélia havia tirado para curar suas feridas. Ele a guardou, imaculada, por uma década inteira.
Ele jamais esqueceria aquela noite fria, o aconchego suave e caloroso daquela jovem em seus braços.
Na manhã seguinte, Amélia foi para o hospital com os olhos inchados. Ela tinha, na verdade, pensado em tirar o dia de folga para evitar Tiago. "Mas se eu não for hoje, o que faço nos outros dias? Não posso simplesmente parar de fazer o estágio no hospital", pensou ela.
Depois de ponderar, ela finalmente decidiu ir para o hospital, mesmo relutante.
Ao chegar, logo após trocar de roupa, um colega de trabalho veio provocá-la:
- Amélia, o que você andou fazendo de errado ontem à noite? Por que seus olhos estão tão inchados?
- Não é da sua conta. - Amélia respondeu, ríspida.
Seu colega riu e disse:
- Talvez você devesse pegar uma compressa de gelo na sala médica. Você está um pouco assusta