Sentada na cama do hotel, Helena encarava o celular com as mãos trêmulas. O título da notícia estampado em todos os portais era inconfundível:
"Secretária casada com milionário para dar golpe no chefe – Veja foto do casamento de Helena Ribeiro e Eduardo Vasconcelos!"
A imagem anexada era cruel: ela e Eduardo no cartório, assinando o contrato de casamento. O sorriso congelado, a cumplicidade ensaiada—uma distorção da verdade que alimentava um enredo fabricado. A manchete transformava seu casamento em uma estratégia interesseira, um golpe, uma manobra. A raiva e a impotência a consumiam.
Helena sentiu um aperto no peito ao ler cada palavra. A mentira estava ali, espalhada como fogo em palha seca, impossível de conter. A sensação de invasão a sufocava, a vergonha apertava sua garganta, mas o pior era saber que, mais cedo ou mais tarde, ela teria que lidar com isso. Não podia mais se esconder. A verdade — ou a falta dela — estava exposta para todos verem. E nada desaparecia da internet. N