Cap. 3
Cap. 3
Ele se manteve em silêncio, apertando o fone com força, tentando ignorar os olhares deles e os comentários.
— Sério... quem deixou esse louco sair? — uma delas perguntou, observando-o com desprezo.
— Será que a tia dele sabe que ele está jogado assim na rua?
— Vai saber... só de lembrar das vezes que ele saiu sem eira nem beira com uma criança no braço... é até um milagre que ele esteja sozinho, pelo menos não tá levando uma criança pra mais uma de suas loucuras.
— Verdade, ele deve estar deixando a tia louca com essas manias, deve ser um sacrifício.
— Ele é bonito, né? Uma pena.
A voz surgiu atrás dele. Duas, talvez três moças estavam sentadas num banco, rindo entre si, sem notar que ele podia ouvi-las.
— Bonito, sim. Mas um coitado. Vivia grudado na irmã mais nova. Meio inútil pra qualquer coisa, você não deveria ver beleza nisso, sei lá... — completou com repulsa.
— É... quem é que vai querer um cara assim? Não dá pra imaginar ele num encontro, nem saberia onde pôr as mãos.