Cap. 145, apaziguar.Eu não fazia ideia do que estávamos dizendo, ou de onde exatamente aquela conversa tinha começado. Era tanta coisa represada, jogada de uma vez, como se estivéssemos afundando numa tempestade feita de tudo o que nunca tivemos coragem de falar. Mas ali, olhando nos olhos de Andrews, percebi... Ele poderia ter sido alguém em quem eu teria me apoiado desde o começo. E talvez ainda pudesse ser.— Digamos que eu me deixei levar pela raiva e pelo fato de ter sido desprezado por causa das minhas pernas, na época que eu não podia andar, Então a culpa de nos darmos mal foi por algo que eu disse? — perguntei confusa.— Eu passei pela sala... no dia do nosso casamento — ele disse de repente, a voz baixa, rouca. — E ouvi você conversando com uma empregada. Você disse que tivesse nojo de mim, naquele momento tudo tinha se transformado em raiva e uma sensação de que você não era muito diferente de JaneteSenti meu estômago afundar. Minhas pálpebras se fecharam com força, como s
— Ora, ora, já que estão aqui, por que não ficam para o jantar? Vai fazer bem pra todos nós termos um momento de família.Olhei para Andrews, em busca da resposta. Ele assentiu com um sorriso gentil, eu quase pulei da cadeira, eu gostando dela ou não, eu ainda queria ficar, porque queria ficar com meus irmãos hoje, é tão raro isso acontecer, que não quero desperdiçar nenhuma oportunidade.— Claro. Gostaríamos muito. — ele confirmou e fomos para o andar de baixo.Senti meu coração aquecer. Meus irmãos estavam animados, e pela primeira vez em tanto tempo, parecia que havia paz ao nosso redor. O jantar foi simples, mas cheio de afeto. Rimos, contamos histórias, e no meio de tudo aquilo, percebi que talvez... eu finalmente estivesse em casa.Depois da refeição, minha tia se aproximou com discrição.— Preparei um quarto pra vocês passarem a noite. Estão exaustos. Amanhã é outro dia.Corei. Não consegui evitar. Mas Andrews agradeceu com educação, como se aquilo fosse a coisa mais natural do
Cap. 146Andrews acordou antes de aurora, pediu a Donovan que trouxesse roupas limpas e o mesmo já esperava no andar de baixo no carro,Enquanto Andrews se se arrumava de frente a janela minúscula que iluminava o quarto com discretos filetes de luz que passavam por cima da pele de aurora que estava dormindo de bruços coberta apenas por um lençol que cobria apenas da cintura para baixo.Andrews sorriu ao observava, enquanto abotoava a camisa.— Você não é pintura renascentista, certo? — ele perguntou apoiando o joelho na cama e se inclinando beijando o ombro dela, logo após puxando o lençol cobrindo todo seu corpo.Ao sair levando o blazer no ante braço, ele se deparou com a tia de aurora já o esperando do lado de fora com uma caixa em mãos, ele encarou a caixa em seguida voltando seu olhar para ela.— o que é isso?— você pode... pode entregar a ela? — perguntou insegura mostrando a caixa a Andrews.— O que seria? — ele perguntou confuso.— Apenas não deixe ela ver aqui, essa é a minh
Cap. 147 voto de confiança.Aurora narrando:— Deixe que ela pense que ainda está nos manipulando — ele disse com um sorriso malicioso nos lábios. — Eu tenho algumas coisas para resolver.Franzi o cenho, intrigada.— Que coisas?Andrews sorriu de um jeito enigmático, aquele tipo de sorriso que sempre me deixava mais curiosa do que eu gostaria. Ele acariciou minha bochecha com delicadeza.— Só confie em mim, meu anjo — murmurou, com os olhos brilhando, cheios de uma promessa silenciosa. — Logo você vai ver... essa história vai acabar. E a nossa pode finalmente começar do jeito certo.Antes de sair, ele segurou meu pulso com suavidade, mas com firmeza suficiente para me fazer parar.— Está quase na hora de voltar à empresa — disse ele. — Você deve ficar em casa. Esta noite... você vai dormir no meu quarto, assim como tem sido, porque é assim que deve ser.A voz dele era firme, porém doce. Não era uma ordem fria, mas uma afirmação segura.— Nada de fugir, Aurora. E nada de esconder coisa
Capítulo 1: Um casamento tramado.Implacável, Difícil de lidar, Impossível de agradar. E... cadeirante.— Essa era a descrição completa de seu noivo, Andrews Westwood. O homem que dominava a cidade com um poder absoluto e inquestionável. Aurora passou a mão pelo rosto, enxugando os vestígios das lágrimas que ainda não haviam secado. Não podia parecer fraca. Não agora. Ela era resiliente, moldada pelas adversidades que a vida lhe impôs—e, mais ainda, pelos dias de humilhação na mansão que agora ficava para trás. Mas as humilhações nunca a abalaram de verdade. Seu foco sempre foi sobreviver, encontrar um caminho para a estabilidade que tanto precisava, especialmente com as responsabilidades que carregava nos ombros. Mesmo quando tudo ao seu redor parecia desmoronar, ela se forçava a ser forte. E, por trás da fachada inabalável, suas escolhas pesavam como correntes invisíveis que não podia quebrar. Agora, estava a caminho de um casamento que nunca escolheu. E, mesmo que o medo
Cap:2: Casamento com uma estranha.A noiva que se aproximava tinha traços semelhantes, mas era visivelmente mais jovem. O vestido caía perfeitamente em seu corpo esguio, e mesmo com o véu cobrindo parte de seu rosto, Andrews conseguia notar sua expressão hesitante, como se ela estivesse pisando em um território perigoso.O coração de Andrews não acelerou, ele não se perturbou tão facilmente. Mas o que sentiu naquele momento não foi surpresa… foi ódio, cerrou os punhos mantendo a expressão calma, mas ele estava sob a pior hipótese.Ele havia sido enganado.Sua verdadeira, a mulher que deveria estar ali, desapareceu e o entregou a uma substituta. E ele? Ele estava prestes a assinar um casamento com uma completa estranha, diante de toda a sociedade.Mas Andrews Westwood jamais seria visto como um homem humilhado e enganado.Seu rosto permaneceu impassível. Nenhuma emoção transpareceu enquanto a noiva parava ao seu lado. O véu foi retirado, revelando um rosto que ele nunca tinha visto de
Capítulo 3– O Confronto Inicial.O caminho até a mansão foi silencioso. Aurora observava asluzes da cidade passarem pela janela, mas seu olhar estava perdido. O medocrescia dentro dela conforme o carro se afastava da vida que conhecia. Sem suaamiga governanta ao lado, sentia-se completamente sozinha. Se perguntando o quea esperava naquela casa que seria sua próxima moradia ao lado de um homem queclaramente a odiava a primeira vista.No banco da frente, o assistente de Andrews quebrou o silêncio.— Tem certeza de que deseja levá-la para casa esta noite, senhor?O coração de Aurora se contraiu. Mesmo sem encará-los, podia sentir a tensão no ar.— O que esperava? Que eu a deixasse em um hotel? — A voz de Andrews era fria, impiedosa. — Ela é minha esposa agora. Além disso, se eu facilitasse, ela fugiria, e eu perderia qualquer rastro dessa mulher.Aurora apertou os dedos contra o tecido do vestido. Ele falava dela como se fosse um objeto, um problema a ser resolvido.— Mas não era el
Cap. 4: A cadeira não tem serventia.Sentado na cadeira de rodas, vestido com um pijama impecável de seda escura, Andrews a esperava. parece que até mesmo planejou onde se posicionaria apenas para a encurralar, bem em frente à porta do banheiro, como se já soubesse exatamente o que iria acontecer.Os olhos dele desceram lentamente pelo corpo dela, analisando-a sem pudor, e um sorriso enviesado surgiu em seus lábios.— Parece que estou atrapalhando um momento de celebração. — ele perguntou com ironia.Aurora sentiu o rosto queimar.— O que… o que você está fazendo aqui? — ela perguntou tentando cobrir o corpo.Andrews inclinou levemente a cabeça, seu olhar afiado prendendo o dela.— Onde mais eu deveria estar? Esse é o meu quarto. E, aparentemente, o seu também, ela não tinha analisado nada que estava ali e nem olhado dentro do closet.— Achei que… que você teria preparado outro quarto para mim. — ela balbuciou e ele riu.— Achei que já tivéssemos estabelecido que eu não sou um homem t