Cap. 142: arrependimento pós ação.Com os punhos cerrados e olhos flamejantes, ele partiu para cima de Andrews sem hesitar, desferindo um soco direto em seu rosto.Andrews cambaleou com o golpe, mas logo se recuperou e retribuiu com igual força, fazendo o rapaz recuar alguns passos.— não toque na minha aurora! — o homem berrou, a voz carregada de raiva.Andrews avançou novamente, sem se controlar, enquanto aurora olhava sem reação massageando a têmpora demonstrando impaciência pelos dois atracados no chão.— e você não encoste na minha esposa! ela não é sua! — ele esbravejou, o tom brutal rasgando o ar.Num instante, os dois estavam no chão, rolando entre socos e empurrões, xingamentos misturados com grunhidos de fúria.A pequena menina começou a chorar alto, assustada com a cena, aurora a pegou em seus braços enquanto donovan correu em direção aos dois homens.A porta da pensão abriu-se violentamente, e a tia de Aurora surgiu correndo, a expressão horrorizada.— Mas o que é isso?! —
Cap: 143: uma historia escondida.— Porque não é uma história que se conte com facilidade — ela começou, seu tom mais brando. — A mãe da Aurora... nunca foi feita para ser mãe. Era egoísta, desleixada, e usava a casa como um motel barato para os homens que apareciam, Aurora por sorte tinha sido descartada em um internato onde ficou livre de todas as coisas que sua mãe fazia, exceto o seu irmão mais velho, que ficou com sua mãe.Andrews sentiu um aperto no peito. Havia algo na voz daquela mulher que doía mais do que as palavras em si, uma mistura de dor antiga e indignação que resistia ao tempo.— Aurora, desde muito nova, teve que ser mais do que uma irmã, pelo menos assim que voltou do internato. Ela foi tudo o que aquela menina tinha. Virou mãe quando ainda tinha só 16 anos. E quando o padrasto começou a... — a tia parou, como se a próxima palavra queimasse a garganta — a rondar a menina com outros olhos, Aurora entrou em guerra.Ela olhou Andrews nos olhos. Havia fogo ali.— Ela fu
Cap. 144 A verdade do porquê Andrews casou.— Ele tem toda razão — Andrews disse, finalmente, entrando na sala com passos firmes, mas comedidos, como quem carrega tempestades por dentro, mas se recusa a derrubá-las sobre os outros.O irmão de Aurora ergueu os olhos ao avistá-lo, e um sorriso largo se abriu em seu rosto. Era um sorriso sem desconfiança, sem mágoa, apenas o reflexo de quem ainda acredita nas pessoas.Andrews se aproximou devagar e se agachou ao lado deles, igualando sua altura à do rapaz. Seus olhos procuraram os dele, e quando falou, sua voz era baixa, mas continha uma força sólida, quase reverente:— Eu vou protegê-la. Com tudo o que eu sou. — Fez uma pausa, o olhar firme, sincero. — Então, como irmão mais velho dela, eu te peço, confie em mim, está bem?O jovem assentiu, e sua resposta veio sem hesitação:— Vou confiar em você, eu já confio em você senhor Andrews, cuide bem dela... — ele hesitou por um momento como se fosse tomado por pensamentos que queria afastar,
Cap. 145, apaziguar.Eu não fazia ideia do que estávamos dizendo, ou de onde exatamente aquela conversa tinha começado. Era tanta coisa represada, jogada de uma vez, como se estivéssemos afundando numa tempestade feita de tudo o que nunca tivemos coragem de falar. Mas ali, olhando nos olhos de Andrews, percebi... Ele poderia ter sido alguém em quem eu teria me apoiado desde o começo. E talvez ainda pudesse ser.— Digamos que eu me deixei levar pela raiva e pelo fato de ter sido desprezado por causa das minhas pernas, na época que eu não podia andar, Então a culpa de nos darmos mal foi por algo que eu disse? — perguntei confusa.— Eu passei pela sala... no dia do nosso casamento — ele disse de repente, a voz baixa, rouca. — E ouvi você conversando com uma empregada. Você disse que tivesse nojo de mim, naquele momento tudo tinha se transformado em raiva e uma sensação de que você não era muito diferente de JaneteSenti meu estômago afundar. Minhas pálpebras se fecharam com força, como s
— Ora, ora, já que estão aqui, por que não ficam para o jantar? Vai fazer bem pra todos nós termos um momento de família.Olhei para Andrews, em busca da resposta. Ele assentiu com um sorriso gentil, eu quase pulei da cadeira, eu gostando dela ou não, eu ainda queria ficar, porque queria ficar com meus irmãos hoje, é tão raro isso acontecer, que não quero desperdiçar nenhuma oportunidade.— Claro. Gostaríamos muito. — ele confirmou e fomos para o andar de baixo.Senti meu coração aquecer. Meus irmãos estavam animados, e pela primeira vez em tanto tempo, parecia que havia paz ao nosso redor. O jantar foi simples, mas cheio de afeto. Rimos, contamos histórias, e no meio de tudo aquilo, percebi que talvez... eu finalmente estivesse em casa.Depois da refeição, minha tia se aproximou com discrição.— Preparei um quarto pra vocês passarem a noite. Estão exaustos. Amanhã é outro dia.Corei. Não consegui evitar. Mas Andrews agradeceu com educação, como se aquilo fosse a coisa mais natural do
Cap. 146Andrews acordou antes de aurora, pediu a Donovan que trouxesse roupas limpas e o mesmo já esperava no andar de baixo no carro,Enquanto Andrews se se arrumava de frente a janela minúscula que iluminava o quarto com discretos filetes de luz que passavam por cima da pele de aurora que estava dormindo de bruços coberta apenas por um lençol que cobria apenas da cintura para baixo.Andrews sorriu ao observava, enquanto abotoava a camisa.— Você não é pintura renascentista, certo? — ele perguntou apoiando o joelho na cama e se inclinando beijando o ombro dela, logo após puxando o lençol cobrindo todo seu corpo.Ao sair levando o blazer no ante braço, ele se deparou com a tia de aurora já o esperando do lado de fora com uma caixa em mãos, ele encarou a caixa em seguida voltando seu olhar para ela.— o que é isso?— você pode... pode entregar a ela? — perguntou insegura mostrando a caixa a Andrews.— O que seria? — ele perguntou confuso.— Apenas não deixe ela ver aqui, essa é a minh
Cap. 147 voto de confiança.Aurora narrando:— Deixe que ela pense que ainda está nos manipulando — ele disse com um sorriso malicioso nos lábios. — Eu tenho algumas coisas para resolver.Franzi o cenho, intrigada.— Que coisas?Andrews sorriu de um jeito enigmático, aquele tipo de sorriso que sempre me deixava mais curiosa do que eu gostaria. Ele acariciou minha bochecha com delicadeza.— Só confie em mim, meu anjo — murmurou, com os olhos brilhando, cheios de uma promessa silenciosa. — Logo você vai ver... essa história vai acabar. E a nossa pode finalmente começar do jeito certo.Antes de sair, ele segurou meu pulso com suavidade, mas com firmeza suficiente para me fazer parar.— Está quase na hora de voltar à empresa — disse ele. — Você deve ficar em casa. Esta noite... você vai dormir no meu quarto, assim como tem sido, porque é assim que deve ser.A voz dele era firme, porém doce. Não era uma ordem fria, mas uma afirmação segura.— Nada de fugir, Aurora. E nada de esconder coisa
Capítulo 1: Um casamento tramado.Implacável, Difícil de lidar, Impossível de agradar. E... cadeirante.— Essa era a descrição completa de seu noivo, Andrews Westwood. O homem que dominava a cidade com um poder absoluto e inquestionável. Aurora passou a mão pelo rosto, enxugando os vestígios das lágrimas que ainda não haviam secado. Não podia parecer fraca. Não agora. Ela era resiliente, moldada pelas adversidades que a vida lhe impôs—e, mais ainda, pelos dias de humilhação na mansão que agora ficava para trás. Mas as humilhações nunca a abalaram de verdade. Seu foco sempre foi sobreviver, encontrar um caminho para a estabilidade que tanto precisava, especialmente com as responsabilidades que carregava nos ombros. Mesmo quando tudo ao seu redor parecia desmoronar, ela se forçava a ser forte. E, por trás da fachada inabalável, suas escolhas pesavam como correntes invisíveis que não podia quebrar. Agora, estava a caminho de um casamento que nunca escolheu. E, mesmo que o medo