Fomos para a área da prisão, tinha mais de vinte gamas nos acompanhando pelo caminho. Na frente de todos, ia o Rei Eneias, e eu poderia jurar que esse era o território dele, não fosse pelas vezes que ele parou, por não saber qual direção tomar.
Deixei um gama, cujo nome não me lembro, cuidando de Ares e ciente de que, qualquer mudança no estado dele que fosse, tem que mandar me avisar imediatamente.
Os Gamas posicionaram-se na entrada, uma guarda de defesa perfeita. Entramos na prisão somente o Derik, o orelhudo, O Gama e eu. Passamos pelas celas, a maioria vazia. Segundo o Gama, Ares não tem o hábito de fazer prisioneiros….
Para o meu desgosto, a caminho da cela da orelhuda, encontramos o Beta Alaor diante de uma cela. Ele me viu e adiantou-se até mim, mas foi barrado pelo meu fiel Gama.
— Mantenha distância, Beta!
— Saia da minha frente, gama, preciso falar com a Luna Esmeralda
Eu, simplesmente, segui pelos corredores com a cabeça a mil, sem esperar pelos demais. Há algo muito errado com essa história e só Ares poderia esclarecer as coisas. Espero que ele acorde logo, sinto-me desamparada e sinto muito a falta dele. Preciso ouvi-lo me dizer que é tudo mentira da Cascacu e que vai ficar tudo bem.Os homens atrás de mim tiveram o bom senso de ficarem em silêncio, a minha mente estava barulhenta demais para bater papo furado com eles.Uma coisa é manter a pose diante das adversidades, que dou o meu melhor para conseguir, ma outra coisa totalmente diferente é o que sentimos ao enfrentar os problemas.Vulnerabilidade e impotência me definiam, sou só uma garota humana, essa coisa de política é muito complicada, ainda mais numa cultura que não compreendo ainda muito bem.— Eh... Luna, a cela é do outro lado. — Parei, fechei os olhos e respirei fundo. Estava diante de uma “encruzilhada” de celas, e tinha seguido para a direita, e pelas palavras do Gama, escolhi o ca
ELE.As minhas pálpebras estavam pesadas e todo o meu corpo dolorido, mas nada do que eu não estivesse acostumado. A dor tem sido companheira na minha existência mais vezes do que poderia contar. A dor no pescoço era a mais incômoda e levei a mão à área afetada, desconhecendo a causa da aflição.— Não toque aí, meu Alfa, continua muito inflamado!— O que está fazendo aqui, bruxa?— Cuidando do meu Alfa, o que mais poderia ser?Ela sentou ao meu lado na cama e aplicou um tecido molhado com alguma das suas misturas no ferimento. Num primeiro momento, senti arder, mas logo foi ficando dormente, aliviando o mal-estar.— Por que eu precisaria de você para cuidar de mim, onde está a minha fêmea?— Luna Esmeralda es
ELEAcordei, mas dessa vez, estava sozinho no quarto. Nenhum sinal da bruxa ou da minha fêmea. O corpo ainda estava dolorido, a mente enevoada e confusa. Imagens se formaram nas minhas lembranças, desconexas e tumultuadas, estavam retornando lentamente.Eu sei que sai em busca de Estela logo após falar com Alaor, sei que o rastro dela levou-me até a minha casa, e ela estava no meu quarto, deitada na minha cama, nua e oferecendo-se para mim.Lembro da tortura do meu lobo, lutando contra o cio forçado, reconhecendo que a encontrar daquele jeito tinha sido uma armadilha.Resumindo: Ela armou para mim, usou alguma substância para intoxicar a minha natureza, me atacou e tentou me marcar contra a minha vontade, acreditando que o vínculo falso seria suficiente para que o meu lobo aceitasse a marca.A bruxa não me revelou muita coisa, entretanto, d
ELA“É a minha companheira, sonho com o dia em que passearemos pelo território, exibindo o seu ventre inchado com a minha semente.”Alhamdulillah, um dia, no futuro, teremos filhos, se tudo der certo, é claro, mas não tão cedo. Está tudo acontecendo tão rápido, não posso trazer um filho para a nossa equação neste momento. Seria irresponsabilidade me deixar engravidar de um homem… lobisomem, que acabei de conhecer.Tudo bem, somos almas gêmeas, acredito nisso, porque, o que sinto por ele nunca senti por ninguém antes. Gosto de estar com ele, sinto-me incrivelmente atraída por esse lobão, preocupo-me e importo-me com ele. Quero que cresçamos juntos, explorando esses sentimentos, e também sonho com um futuro, mas, precisamos dar um passo de cada vez.Tudo isso estava p
ELAAlgo dentro de mim se partiu, como acordar de um sonho bom e simplesmente encarar a realidade. Em dado momento, senti-me como se tivesse retornado ao meu mundo, a minha antiga vida com Amir, da qual eu queria tanto escapar.O homem à minha frente não era o que eu tinha imaginado e o erro foi meu, por criar expectativas demais.Há apenas uma pessoa no mundo com a qual posso sempre contar para me priorizar e lutar por mim, e essa pessoa sou eu mesma.Quando ele me mandou para o quarto, eu fui, não por obediência, mas, porque não queria mais ver a cara dele na minha frente, nem ouvir a sua voz.Alguns minutos depois, ouvi o barulho da chave virando do lado de fora, ele tinha me trancado.Pela janela, vi quando saiu, não sem antes olhar para cima e me avistar. Ele parou uns instantes, achei que diria algo, mas se interrompeu
ELECaminhava de um lado para o outro na sala da cabana de Dófona, enquanto ela reportava tudo o que tinha testemunhado desde a noite do festejo, até aquele exato momento. Aquela pequena cabana de madeira, na frente de um lago, era o meu refúgio, onde me sentia seguro para debater o que estava na minha mente e sufocava o meu peito.— Tem como saber se o filhote é mesmo meu antes do nascimento?— Não, meu Alfa, sinto muito.Me prendia a uma fagulha de esperança do meu lobo não ter cometido um crime tão grave contra a minha alma gêmea. Aquilo afetaria os meus planos, mudaria tudo e colocaria a vida de Esmeralda me alto risco.— O filhote foi gerado depois que ela voltou para o nosso clã. Não consigo pensar em quem poderia ser o pai, exceto, caso ela esteja falando a verdade e eu tenha mont
ElaQuando Ares retornou, já era noite, a casa estava escura e silenciosa, nenhuma lâmpada estava acesa. Após despedir-me do Gama, voltei para o quarto e tranquei a porta novamente, porém, dessa vez, por dentro. Posicionei uma cadeira de modo a impedir que conseguisse abrir.Bem…Ele é um lobisomem, se usar a força do lobão, certamente, conseguirá abrir, mas a minha intenção era que ele percebesse que não queria a presença dele no quarto.Ele mandou trazerem comida para mim, no meio da tarde, mas o Gama dispensou, afinal, depois que ele abriu a porta, descemos para comer a carne que eu havia preparado mais cedo.Estava ótima, peninha que não sobrou nada para o Alfa…Ele que coma carne de cobra daquela Cascacu do mármore do inferno!&nbs
— Você me odeia, fêmea? — Ele perguntou em voz baixa depois de beijar a marca no meu pescoço— Eu não te odeio, Ares.Que exagerado!— Não me quer mais? Não sinto o cheiro do seu desejo.O que há com esses machos? Sério? Aprontam, chegam em casa e acham que estaremos empolgadas esperando eles na cama?— Deve ser porque não estou desejando nada.— Perdeu o interesse por mim de novo?De novo? Ah…Lembrei.— É a segunda vez que temos um problema entre nós e foi a segunda vez que você simplesmente deixou-me plantada sem explicações.— Entendo… Comprarei mais presentes, me diz o que quer e-— Ares, acho que te dei a impres