Luciana entra na toca de Sasha, equilibrando uma bandeja de comida. O aroma da refeição quente é imediatamente percebido no ambiente, mas é ofuscado pelo cheiro da tristeza e a impotência que pairam no ar.
Os olhos de Luciana caem para as costas de Sasha, que está sentada com a cabeça apoiada entre os antebraços cruzados sobre o peitoril da janela. Os olhos da humana estão vagos olhando para além do vidro, completamente alheios a sua intrusão na toca.
— Sasha, querida — Luciana a chama, sua voz suave. Sasha se vira lentamente, o rosto cansado e os olhos abatidos. — Já passou do meio-dia, e seu corpo humano precisa comer pelo menos três vezes ao dia. Você ainda não comeu nada e nem saiu dessa janela desde cedo.
A preocupação é evidente no rosto e na voz de Luciana, que se aproxima com a bandeja.
— Não estou com fome — Sasha murmura, sua voz vazia, sem emoção. Ela volta a olhar para fora, os olhos fixos em algum ponto distante, como se estivesse presa em seus próprios pensamentos.
— Se