Eu vou parar de beber. Vou me cuidar, Raul.
— Ele ficou irritado? — pergunta, a voz carregada de uma curiosidade que eu não consigo entender.
Eu olho para ele, tentando discernir o que está por trás daquela pergunta. Pela primeira vez, vejo uma fissura na fachada de despreocupação que Rafael costuma exibir.
— Não demonstrou — respondo, observando sua reação. — Pelo menos não diretamente. Ele simplesmente tomou a frente e conduziu a reunião.
Rafael solta uma risada curta, sem humor, balançando a cabeça, como se tentasse afastar um pensamento desconfortável.
— Ótimo.
De repente, ele se levanta, ajeitando a tipoia com cuidado, como se tivesse tomado uma decisão interna.
— Vou falar com ele. Não posso deixar isso passar assim.
Olho para ele, surpresa pela determinação no tom de sua voz. Não é como Rafael se comportar. Normalmente, ele seria o tipo de pessoa que deixaria as coisas rolarem. Mas agora, algo mudou.
— É uma boa ideia — digo, ainda tentando processar a mudança repentina.
Ele acena com a cabeça, e antes de sair, vira-se p