Parei por um momento, olhando para Alby, que me ouvia com atenção e delicadeza, como se cada palavra minha fosse sagrada.
Continuei:— Eu quis acreditar que, com o tempo, à medida que a gravidez avançasse, ela poderia mudar. Que talvez, ao sentir o bebê crescendo dentro dela, algo mudasse em seu coração. Por isso, estive ao lado dela durante toda a gestação, acompanhando cada exame, cada ultrassom. Porque, desde o momento em que soube, já havia tomado minha decisão: seria pai do bebê, independentemente dela querer ou não.Respirei fundo, buscando forças para continuar. As lembranças eram como punhais, mas sabia que precisava enfrentá-las.— Em um dos exames de rotina, descobrimos que seria um menino. Gabriel. Foi ali que o nome dele tomou forma na minha mente, mesmo antes de vê-lo. Mas, junto com essa notícia, veio outra: os médicos encontraram algo estranho nos exames. Não puderam diagnosticar com precisão na época; disseram que só seria possível ter certeza ap