Ele me olhou, os olhos agora cheios de algo que eu não consegui decifrar.
 — Eu não estou falando só de Alice, Alby — ele disse, a voz baixa, mas cortante.
 — Estou falando de nós. Das escolhas que você fez. Das escolhas que eu nunca tive a chance de fazer porque você decidiu por mim.
 Eu abri a boca para responder, mas as palavras ficaram presas.
 Por um segundo, eu quis gritar, quis dizer a ele que estava errado, mas parte de mim sabia que havia verdade no que ele dizia.
 Isaías me encarou com aquele maldito olhar duro e cruel.
 — Você ainda acha que não tem algo a me dizer? — ele questiona, seu olhar afiado como uma lâmina.
 — Não me faça perder meu tempo com esse teatro, Alby. Porque tudo isso aqui é a merda de uma peça mal ensaiada.
 Eu senti a dor de suas palavras como se fossem facadas.
 A vontade de responder à altura era forte, mas tentei me controlar.
 Eu sabia sobre o que, ou melhor, sobre quem ele estava me questionando.
 Não queria, por mais difícil que fosse, dar