Jonas atravessou a porta lentamente, os olhos se ajustando à penumbra do cômodo. Era uma espécie de sala ritualística, circular, com paredes de pedra úmida e o teto curvado como uma cúpula de igreja antiga. Havia resquícios de velas queimadas no chão, marcas de círculos desenhados com precisão e pequenos ossos espalhados em cantos estratégicos.
No canto esquerdo, encostada em uma parede de tijolos escurecidos, havia uma cômoda antiga, com três gavetas.
Jonas se aproximou com cuidado, a tensão em seu peito apertando como uma mão invisível. Ao abrir a primeira gaveta, sentiu um cheiro intenso de cera antiga e madeira queimada. E ali, repousando sobre um tecido envelhecido, encontrou:
Um castiçal de ferro trabalhado, com três braços.
Na hora, a lembrança voltou com força.
Ele viu a si mesmo, com sete anos, na ruína da infância.
Camila estava ao seu lado, e Victor acendia uma vela idêntica àquela, enquanto ria nervosamente.
O castiçal era igual. Mesmo entalhe na base. Mesmo símbolo.
O sím