Leandro apertava o celular com tanta força que suas articulações ficaram brancas. Ele já sabia que a criança não estava mais ali.
Ele não acreditava que Marília seria tão cruel a ponto de abortar o bebê.
Ou, se fosse realmente tão cruel, ele teria um motivo para se vingar dela, para mantê-la ao seu lado e fazer com que ela lhe "retribuísse" com outro filho.
Mas agora ele sabia que não fora ela quem havia perdido a criança.
Pensou naquela noite em que não atendeu aquela ligação, e uma onda de culpa e arrependimento o invadiu.
Olhou para o rosto do homem à sua frente, que estava tão frio que causava arrepios.
A mulher, com as pernas trêmulas, se ajoelhou no chão:
— Presidente Leandro, posso pedir desculpas publicamente à Srta. Marília no Facebook? Por favor, não demita meu marido...
Leandro levantou a cabeça, seus olhos transbordando escuridão:
— Saia.
A mulher, desesperada, queria falar mais, mas Miguel rapidamente fez um gesto com os olhos para ela, indicando que deveria ir embora com