Leandro contraiu levemente os lábios.
Mas, ao ver os olhos dela úmidos e vermelhos como os de um coelho, não teve coragem de recusar e apenas disse:
— Tá bom.
...
Desta vez, Marília foi até a casa de Leandro carregando várias sacolas cheias de petiscos e ainda comprou uma jaca. O dinheiro, claro. Foi Leandro quem pagou.
Assim que entrou, trocou de sapatos, correu para a sala e ligou a TV.
Leandro colocou a jaca sobre a mesa.
No instante em que se levantou, o celular no bolso começou a tocar. Ele olhou para a tela, pegou o aparelho e foi até a varanda.
Ao atender, do outro lado da linha, Adalberto perguntou num tom despreocupado:
— Que tal sair hoje à noite pra relaxar um pouco?
— Não, se divirtam vocês. Eu não tenho tempo.
— Mas amanhã e depois você não precisa ir para o hospital, né?
Leandro tinha dois dias na semana em que não precisava ir ao hospital, pois precisava resolver assuntos da empresa.
Nos dias sem plantão, seu relógio biológico também podia ser m