O rosto de Eulália já não conseguia mais esconder a vergonha.
— Além disso, não fui eu quem pedi isso a ele, foram vocês que insistiram em me dar. Se eu tivesse uma escolha, preferiria não ter recebido nada disso. Eu posso ganhar meu próprio dinheiro. Eu só quero uma mãe que me faça sentir orgulho, eu só quero viver uma vida normal. Eu não quero ser chamada de filha de amante. Eu só quero viver com dignidade! — Ela falava com cada vez mais emoção, a velocidade das palavras aumentando, e seus olhos estavam cheios de ódio. — Você sabe por que fiz esse filme? Eu fiz porque quero poder fazer amigos com a cabeça erguida. Eu não quero que me olhem com olhos de julgamento. Eu só quero viver de forma aberta, à luz do sol. Qual é o problema nisso?
Eulália olhou silenciosamente para a filha. Quando ela terminou de falar, não ficou irritada; sua voz, de fato, estava muito mais calma do que quando a repreendeu antes:
— Helena, não importa o que os outros pensem de nós, o importante é como vivemos