Do outro lado da linha houve dois segundos de silêncio.— Meu estômago está meio ruim. Pega o remédio que está lá fora para mim?
— Você está no quarto?
— Estou.
— Já vou levar para você.
Marília sabia onde Leandro guardava o remédio para o estômago. Pegou o comprimido, encheu um copo com água morna e foi até a porta do quarto dele. Bateu antes de girar a maçaneta.
Leandro estava sentado à beira da cama, vestindo um roupão preto, com um documento nas mãos que lia com atenção.
Ele também havia lavado o cabelo; embora não pingasse mais, os fios ainda úmidos caíam sobre a testa, deixando aquele homem, já naturalmente frio e intenso, ainda mais sexy e, ao mesmo tempo, com um ar de austeridade quase monástica.
Era a primeira vez que Marília o via assim, e seu coração bateu mais rápido, sem que ela pudesse controlar.
— Vai ficar parada na porta?
Leandro ergueu os olhos para ela.
Marília se apressou em entrar, colocou o remédio e o copo sobre o criado-mudo. Foi então que notou duas caixas de pr