O dia seguinte começou com um silêncio diferente. Não o silêncio da tensão ou da dúvida, mas o de uma calma estranha, como se o mundo tivesse diminuído o ritmo só para observar os passos de Isadora e Dominic.
Ela chegou à empresa mais cedo que o habitual. Queria evitar olhares, cochichos, especulações — mesmo que não houvesse ainda nada explícito para ser comentado. A única certeza era o calor que ainda sentia na pele, como se os dedos de Dominic tivessem deixado marcas invisíveis.
Assim que entrou em sua sala, respirou fundo e se jogou em suas tarefas. Precisava manter a mente focada, provar para si mesma que podia separar as coisas. Que conseguiria manter o profissionalismo intacto, apesar de tudo.
Mas, claro, Dominic não tornaria isso fácil.
Por volta das dez da manhã, ele apareceu na porta de sua sala com duas xícaras de café.
— Paz selada com cafeína? — perguntou, com aquele sorriso que ela já reconhecia como um convite para o perigo.
Isadora cruzou os braços, erguendo a sobrance