João tentou, com todas as forças que ainda lhe restavam, manter a compostura durante o restante do churrasco. Tentou rir das piadas, elogiar o tempero da carne, cumprimentar os tios distantes e aparentar que era apenas mais um entre os convidados. Mas tudo em sua cabeça girava em torno de uma única coisa: Alicia.
Ou melhor, da imagem dela. Da forma como o vestido moldava seu corpo de grávida, dos seios volumosos apertados no tecido, da curva das coxas enquanto ela se ajeitava na cadeira, da boca mordendo o próprio lábio em tentativa de conter o nervosismo.
Ele a conhecia bem o bastante para saber: ela ainda sentia. E isso era o suficiente para deixá-lo perigosamente perto do limite.
Quando o churrasco finalmente se aproximou do fim, João não esperou mais. Deu uma desculpa qualquer, disse que estava com dor nas costas, despediu-se rapidamente dos outros e saiu. Mas ele não foi pra casa.
Não. Ele ficou parado dentro do carro, estacionado do outro lado da rua da casa de Isabela, observan