Um pouco mais cedo...O som abafado da voz de Renzo vinha de dentro da sala de jantar, e Irina, encostada contra a parede do corredor, inclinou-se ligeiramente para ouvir melhor. Ela nunca foi de questionar os negócios de Renzo, mas desde que Madison apareceu, tudo parecia diferente. Ele não era um homem de se apegar a ninguém, muito menos a uma mulher. Ele podia possuir quantas quisesse, e geralmente, quando se cansava, as descartava sem hesitação. Mas Madison… Madison era diferente. E Irina queria saber por quê. O tom grave de Renzo reverberava pela madeira pesada da porta. "— 48 horas Maxwell. Ou eu começo a retalhar Madison."Irina estreitou os olhos. Maxwell. Novamente aquele nome. Ela estava tentando achá-lo desde o dia em que falou com Madison no quarto, mas não obteve êxito.Ela prendeu a respiração, os nós dos dedos apertando o avental que usava. "— Você pode conseguir essas informações, e você vai conseguir. É esperto o bastante para isso." A resposta veio ab
Irina caminhava pelos corredores silenciosos do prédio onde os empregados de Renzo residiam. As luzes fracas do início da madrugada desenhavam sombras alongadas nas paredes brancas, e o murmúrio distante da mansão, com sua opulência contrastante, parecia pertencer a outro mundo. Chegou ao seu pequeno quarto, um cômodo aconhegante e pouco iluminado, onde tudo era simples e desgastado pelo tempo. Não havia luxo ali, apenas uma cama de ferro com lençóis limpos e organizados, uma pequena mesa de madeira feita de penteadeira e um criado-mudo antigo ao lado da cama, com um abajour em cima. Irina sentou-se na beirada da cama, o coração batendo com força, enquanto seus pensamentos giravam em torno do que acabara de presenciar. As palavras de Renzo ecoavam em sua mente, a conversa pela qual ele falsamente ameaçava Madison e revelava segredos que ela jamais imaginara: o irmão na Interpol, a manipulação e intrigantemente, a obsessão de Renzo por Madison. Irina sabia que aquilo não podia continua
Maxwell encarava o celular em sua mão, o olhar fixo na tela enquanto o coração martelava contra suas costelas. A mensagem anônima ainda brilhava diante de seus olhos: "Aguarde meu próximo contato dentro dos próximos dias."A identidade do remetente permanecia um mistério. Poderia ser uma armadilha, um jogo de Renzo para dobrá-lo ainda mais. Mas e se fosse real? E se, finalmente, alguém estivesse disposto a trair seu irmão e lhe dar a chance de trazer Madison de volta? Ele respirou fundo, apertando o telefone com mais força do que o necessário. — Algum problema, chefe? — perguntou o hacker ao seu lado, sem tirar os olhos da tela do laptop. Maxwell desviou a atenção do celular e voltou ao motivo de estar ali. Ele não podia se distrair. Ainda precisava daquela maldita lista para cumprir as exigências de Renzo. — Continue. — Sua voz saiu dura, impaciente. O hacker deu de ombros e voltou a digitar no teclado. Os dedos dele voavam sobre as teclas, linhas de código enchendo a tel
Os dias se arrastavam como uma tortura silenciosa. Desde que entregara a lista a Renzo, Maxwell sentia-se à deriva, preso entre a espera e o ódio crescente. Seu irmão ainda não dera novas coordenadas, e o silêncio de Madison doía mais do que qualquer ameaça velada. Ele sabia que Renzo jogava com ele. O desgraçado gostava de ter o controle, de mantê-lo na incerteza, sabendo que a ansiedade corroía sua mente a cada segundo. Maxwell passou a beber mais do que deveria. As garrafas de uísque sobre a mesa da sala de seu apartamento eram a prova disso. As noites eram passadas em claro, o celular sempre ao alcance, esperando uma ligação, uma mensagem, qualquer coisa que o tirasse daquela espera insuportável.Os dias sem sua noiva estavam se tornando insuportáveis. Tendo que mentir para os seus sogros que estava em uma viagem com Madison, pois ela não entrava em contato com eles há quase duas semanas. Isso já era tempo demais até mesmo para Maxwell. Ele enviava mensagens constantemente par
Irina sabia que precisava ser convincente. Se quisesse que seu plano seguisse adiante sem levantar suspeitas, teria que jogar suas cartas com cuidado. Era meio da tarde quando encontrou Renzo no escritório. Ele estava sentado atrás da mesa de madeira maciça, as mangas da camisa branca dobradas até os antebraços, uma taça de uísque ao lado e o olhar focado em um dos muitos documentos espalhados à sua frente. Ela respirou fundo antes de bater levemente na porta já aberta. — Don Renzo… — Sua voz era doce, polida, com a suavidade calculada de alguém que sabia como lidar com ele. Renzo ergueu os olhos lentamente, fitando-a com aquele olhar impassível que sempre a fazia engolir em seco. — O que foi? Irina forçou um sorriso tímido e deu um passo à frente. — Eu queria pedir uma coisa… Algo pessoal. Ele não disse nada, apenas arqueou uma sobrancelha em sinal para que continuasse. — Minha mãe faz aniversário essa semana… E faz muito tempo que não vejo meus pais. Eu queria visi
O silêncio pairava pelos corredores da mansão quando Renzo subiu as escadas em direção ao quarto de Madison. Seus passos eram firmes, controlados, como tudo que fazia. Ele não gostava de deixar pontas soltas, e Madison, apesar de estar sob seu domínio, ainda era uma peça importante no jogo que ele jogava contra seu irmão. Ao chegar diante da porta, ele bateu uma vez, sem paciência para esperar uma resposta antes de girar a maçaneta e entrar. Madison estava sentada na beirada da cama, distraída com um livro que nem percebeu a presença dele de imediato. Quando ergueu os olhos e viu Renzo parado ali, com sua postura imponente e olhar indecifrável, seu corpo enrijeceu. — O que foi? — Sua voz saiu hesitante. Renzo não respondeu de imediato. Em vez disso, deu alguns passos até parar diante dela e, sem cerimônia, estendeu um celular preto na direção dela. — Pegue. Ela franziu o cenho, encarando o aparelho como se fosse algo perigoso. — O que é isso? — Um celular. — Ele reviro
Em uma sala fracamente iluminada, Madison Bennett, uma professora de piano em uma escola primária, se perguntava o porquê de estar ali. Ela não se lembrava de qualquer inimigo iminente que pudesse raptá-la a luz do dia para fazer qualquer tipo de cobrança. Pois ela tinha plena certeza que não era por dinheiro, visto que, tinha uma vida simples e não vinha de família rica. Madison tentava controlar sua respiração com o intuito de desacelerar as batidas de seu agitado coração. O medo corria em suas veias, ela não conseguia enxergar perfeitamente devido a péssima iluminação do ambiente. Ela não sabia exatamente a quanto tempo estava ali, pois a última coisa que lembra é de um carro preto fechando seu caminho e um homem alto, corpulento e, vestido de preto saindo do carro e indo em sua direção. Logo depois ela apagou e acordou dentro daquele cômodo. Faziam, mais ou menos, 30 minutos que Madison havia despertado e não havia sinal de qualquer outro ser humano dentr
— Então o que você quer comigo? Eu não sou rica, sou uma mulher simples... — Eu quero Maxwell Cross — Sombra a interrompeu. — O Max? O que você quer com ele? Madison agora temeu pela vida de seu namorado ao ver a ira nos olhos de Sombra ao pronunciar o nome de Maxwell. — Ele fez algo que não devia e isso custou a vida de pessoas muito importantes para mim. Agora preciso acertar as contas com ele — disse o homem. — Você vai matá-lo? Madison sentiu um frio correr em sua espinha. Se seu namorado fez algo que custou a vida de pessoas importantes para aquele homem, certamente ele não o deixaria impune. — Oh não — o homem soltou uma risada fraca anasalada. — Eu não teria coragem de matar o meu próprio irmão. — O que você disse? — Madison perguntou incrédula. — Não entendeu, cunhada? Sombra se aproximou da mulher deixando seus corpos bem próximos.