Mundo ficciónIniciar sesiónSempre que me pego diante do meu pai, tenho a sensação de que estou diante de um espelho, sinto que estou vendo uma imagem distorcida de mim. Um eu mais velho e mais experiente. Minha mãe sempre me diz o mesmo, ela diz ser assustadora a forma como somos fisicamente parecidos, olhos azuis e cabelos negros, ela diz que a única diferença é a personalidade. Meu pai me encara com uma fúria contida, sei que está pronto para falar sobre responsabilidade, mas eu não estou disposto a escutar outro sermão. Sorrio para o meu pai enquanto solto a gravata e vou para minha mesa.
— Pai, que bom velo tão cedo na empresa. — Digo de forma brincalhona. — Brenan disse que você não chegaria nem tão cedo hoje.
— Quem era aquela moça que estava fazendo um escândalo na portaria? — Pergunta meu pai ignorando toda minha gentileza.
— Uma louca, olha o que ela fez. — Indico o curativo. — Eu já proibir a entrada dela no prédio.
— Como ela fez isso? — Pergunta meu pai se sentando de frente para mim.
— Ela tacou uma bolsa na minha cabeça, ele tem um braço bom para isso. — Murmuro tirando minha camisa, Brenan entra na sala e me entrega a camisa limpa, ela sempre guarda uma muda de roupa no escritório, as vezes acho que ela faz isso para se tornar indispensável. Agradeço e ela sorri, fala algo com o meu pai e sai do escritório.
— Noah o que eu te disse sobre ter uma mulher por noite? Você acha que sua mãe gostaria disso? — Meu pai questiona me olhando, ele me estuda antes de relaxar na cadeira.
— Pai não comece, o senhor fazia a mesma coisa, uma diferente por noite. — Comento o olhando com um sorriso torto. — O senhor sabe que é difícil ficar longe delas. — Coloco minha camisa rapidamente e volto a me ajeitar no meu lugar.
— Eu já fui assim até o dia que eu conheci sua mãe. — Percebo que meu pai vai começar o seu monólogo de perseguidor apaixonado. Reviro os olhos e o corto antes que ele comece.
— Clarence pode parando por aí, eu não vou me apaixonar e virar um stalker atrás de uma mulher. — Me pai me olha e sorri, vejo o brilho perigoso em seu olhar. — O que foi pai?
— Meu filho, um dia você vai encontrar aquela mulher que vai virar sua vida de cabeça para baixo, quando você a encontrar não vai achar tão ruim se um perseguidor. — Meu pai se levanta e mostra sua postura imponente. — Não se esqueça do leilão amanhã às vinte horas, será no Skyloog, eu preciso de você lá, focado nos negócios que teremos que fazer. — Vejo meu pai sair e volto para o meu trabalho.
As dez horas vou para uma reunião sobre um novo projeto. Onze faço uma conferência com a filial de Seattle e ao meio dia saio para o almoço com Joshua. Saio da garagem da Clarence Tower e entro no trânsito louco de Nova York, incrivelmente ele hoje está fluindo. Passo pela quinta avenida, paro em um sinal fechado e espero a luz ficar verde, quando o sinal abre e eu vou avançar uma louca se taca na frente do carro que a atinge de forma fraca mais a lança no chão.
— Merda! — Grito batendo no volante, abro a porta do carro e desço rapidamente. — Você está louca? Não viu o sinal aberto? — Pergunto me apressando para ajudá-la.
— Você que está ficando louco cara, não me viu atravessando não? — Me questiona levantando, seguro seu braço para ajudá-la, mas ela o puxa e se vira para mim. — Você está maluco cara? Não encosta em mim. — Quando meu pai falou que um dia eu iria encontrar uma mulher que me faria querer persegui-la o tempo todo, eu não pensei que ela iria surgir tão rápido, solto o braço dela e encaro os profundos olhos acinzentados que me encaram de volta. Seu rosto e de uma beleza quase sobrenatural, sem dúvidas ela deve ser um flash de um sonho, uma deusa vinda de algum reino distante. — Você está me ouvido?
— Desculpe, eu não irei tocar em você, a não ser que me peça. — Olho seu rosto o gravando na minha memória, percebo que ela analisa meu rosto. — Qual o seu nome?
— Greta! Meu deus Greta o que aconteceu? Eu vi na hora que o carro te acertou, você está bem minha filha? — Uma senhora que aparenta ser mãe da agora identificada Greta, a arrasta do meio da rua para dentro de um salão de beleza. Fico olhando-a sumir dentro do salão, desligo minha mente de tudo a minha volta, apenas um pensamento me vem à mente.
Eu preciso ter aquela garota.
Volto a realidade quando as buzinas começam a tocar insistentemente, volto para o carro e sigo até o Vip's. Minha mente voa direto para aquele olhar voraz da deusa que caiu na minha do céu bem na minha frente. Eu precisava saber quem afinal era Greta.







