Um fardo pesado demais

Eu estava paralisada, os músculos do meu corpo não me respondiam, uma vertigem me pegou desprevenida e fui amparada por mãos que não reconhecia, algo dentro de mim se desvaneceu.

Um bebê? Ai meu Deus, e se acontecer de novo? Tinha várias chances para isso, não é?

Apaguei e sonhei que eu tinha uma bela garotinha nos braços, ela tinha os olhos verdes como o da mamãe e os cabelos cor de carvão e a pele cor de caramelo de Kaue. Quando acordei Kaue me olhava preocupado.

- O que houve? - Perguntei com a voz rouca.

- Você se sentiu mal.

Aos poucos as lembranças do acontecido foram voltando.

- Eu...

- Shh, é melhor descansar.

- Mas eu...

- Kaue é melhor que você vá, sabe que tem responsabilidades. Como pagé, não pode deixar suas obrigações de lado.
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