(Ponto de Vista de Bill)A escuridão me envolvia, mas havia algo mais, algo além disso. Vozes. No início, distantes, como ecos vindos do fundo de um poço, mas estavam ali, ficando cada vez mais altas e nítidas. Eu não conseguia me mover, não conseguia falar, mas as ouvia claramente.— Os sinais vitais dele estão estáveis, mas não saberemos mais até que ele acorde. — A voz de uma mulher soou, calma, mas firme. Provavelmente uma enfermeira ou médica, alguém acostumado a dar esse tipo de notícia.Logo, ouvi outra voz - fina, mas familiar - era da minha mãe. Ela estava ao celular, com seu tom abafado, mas firme.— Nathan, você precisa manter isso em sigilo. A imprensa não pode saber disso. Bloqueie os jornalistas, e faça o que for preciso.Mesmo nesse estado, reconheci aquele tom. Não era apenas preocupação comigo - era sobre a imagem da família, a reputação que ela sempre fora tão obcecada.Parte de mim sentiu frustração, mas outra parte sabia que ela estava certa. A última coisa que eu p
(Ponto de Vista de Serena)A mansão de Taylor era ainda mais impressionante pessoalmente do que eu imaginava. Os portões imponentes se abriram suavemente, revelando uma propriedade vastíssima que mais parecia ter saído de um filme.A entrada estava ladeada por sebes meticulosamente aparadas, e as enormes portas da frente eram emolduradas por pilares grandiosos. Tudo ali era elegante, moderno e impecavelmente projetado - uma verdadeira casa de celebridade.Saí do táxi e respirei fundo, tentando me acalmar. O ar estava quente, carregado com o perfume das flores que brotavam dos jardins perfeitamente cuidados.Enquanto me aproximava da entrada, não pude evitar de me sentir deslocada. Aquela mansão, com seus pisos de mármore polido e janelas imponentes, era um mundo completamente diferente do caos e da dor em que eu estava mergulhada.Quando estava prestes a bater na porta, ela se abriu, e Taylor apareceu na varanda. Ela me viu instantaneamente, e seu rosto suavizou. Sem dizer uma palavra,
(Ponto de Vista de Bill)Apoiei-me na beirada da cama do hospital, sentindo a mão firme da enfermeira segurar meu braço enquanto ela me ajudava a me levantar.As pernas mal me sustentavam, trêmulas como gelatina, enquanto cada músculo gritava em dor. Me agarrei ao andador como se minha vida dependesse disso, tentando sufocar os tremores que ameaçavam me derrubar.— Devagar e com calma, Bill. — Disse a enfermeira, com sua voz suave e encorajadora. — Você está indo muito bem. Apenas dê um passo de cada vez.Assenti, concentrando-me nos pequenos passos à minha frente. O chão parecia distante, e meus pés se arrastavam a cada movimento.— Lembre-se de respirar. — Ela me lembrou. Respirei fundo, lutando para controlar os nervos e encontrar algum ritmo dentro desse novo - e estranho - normal.Cada passo parecia uma luta, mas eu não iria desistir.— Isso mesmo, Bill. Só continue movendo. — Disse a enfermeira.Dei um passo, depois outro. No início, minhas pernas pareciam feitas de chumbo - pesa
(Ponto de Vista de Serena)No momento em que entrei, soube que aquele lugar não estava para brincadeiras.O ar estava carregado com o cheiro de metal e polido, quase como se eu tivesse acabado de entrar em uma oficina no centro de uma cidade. Ao longo das paredes, enormes fotos de joias incríveis estavam expostas - peças que pareciam valer milhões de reais.Senti os nervos borbulharem dentro de mim. Mas, sinceramente? Eu preferia aquilo à imensa sensação de vazio que vinha carregando nos últimos tempos.Pelo menos ali, eu tinha algo para me concentrar, algo que fazia meu coração acelerar por uma boa razão.À frente, vi a mesa preta e elegante onde uma mulher estava fazendo o registro das pessoas. Sua joia era sutil, mas claramente cara.— Nome? — Ela perguntou, mal levantando os olhos do computador.— Serena Nixon. — Respondi.Ela digitou meu nome no computador, e o som suave das teclas fez meu coração bater mais rápido.Depois de um momento, ela olhou para cima e assentiu.— Estúdio 3
(Ponto de Vista de Serena)No momento em que Madame Amélie terminou de falar, eu me levantei rapidamente, indo direto para a minha bancada de trabalho.Minha mente já estava a mil, cheia de ideias, e senti aquele fogo familiar percorrendo minhas veias.Uma fênix. A imagem me atingiu como um raio: renascida das cinzas, orgulhosa e indomável. Era exatamente assim que eu me sentia, depois de tudo o que passei.Mas não seria apenas uma peça… Eu criaria uma coleção inteira: incendiária e sem arrependimentos - ousada como a fênixPeguei meu caderno de esboços e comecei a desenhar rapidamente.— Uma fênix. — Murmurei para mim mesma, com o lápis se movendo quase sozinho. — As asas abertas, as chamas em plena flor. Um colar, brincos e uma pulseira.Colette olhou por cima, com curiosidade nos olhos.— Está indo com tudo, certo?— Por que não? — Respondi, com um sorriso se formando nos meus lábios. — Se for para fazer isso, vou dar o meu melhor.Terminei o esboço rústico e o deixei de lado. Meus
(Ponto de Vista de Bill)Finalmente estava fora daquele maldito hospital, mas ainda longe de me sentir como eu mesmo.Cada passo era um lembrete de que não estava 100% recuperado ainda.Minhas pernas estavam fracas, e os pontos na lateral do meu corpo doíam a cada movimento, embora o ferimento de bala, ao menos, estivesse cicatrizado.Cerrei os dentes e passei pela dor, porque, neste momento, nada importava mais do que encontrar Serena.O sol parecia forte demais quando pisei na calçada, e o mundo ao meu redor parecia se mover rápido demais. No entanto, tentei me estabilizar.Eu tinha um destino em mente: a joalheria de Serena. Se alguém soubesse onde ela poderia estar, seria Stevie.Quando cheguei à loja, tudo estava assustadoramente silencioso. A campainha acima da porta soou quando entrei, e o cheiro familiar de madeira polida e metal me atingiu.Era estranho estar ali sem ela. O lugar parecia vazio, como se estivesse faltando seu coração.Antes que eu pudesse dar outro passo, Stevi
(Ponto de Vista de Bill)Tudo ao meu redor pareceu congelar no instante em que as palavras saíram da boca de Stevie."Collin não sobreviveu…"Senti como se o chão tivesse sido arrancado debaixo de mim. Meu coração batia com força no peito, a cada batida mais forte e dolorosa que a anterior. Fiquei ali parado, entorpecido, enquanto o mundo ao meu redor parecia girar, me deixando tonto e perdido.Como isso aconteceu? Como eu deixei isso acontecer?— Mas o médico disse... Eles disseram que a Serena e o Collin estavam bem. — Gaguejei, com minha voz trêmula enquanto tentava, de qualquer forma, entender o que estava acontecendo. — Eu não entendo…Stevie balançou a cabeça, com as lágrimas ainda escorrendo por seu rosto.— Eu não sei, Bill. Às vezes, as coisas simplesmente... Não saem como deveriam. Os médicos fizeram tudo o que podiam, mas já era tarde demais. — Respondeu ela, com a voz tremendo enquanto lutava para se manter firme. — Sinto muito.Meu peito se apertou, e o ar parecia não vir.
(Ponto de Vista de Serena)O dia no campo de treinamento foi intenso, e, ao final, minha mente estava girando de tanto trabalho minucioso que fizemos.A tarefa de hoje foi um verdadeiro desafio. Fomos convidados a desenhar um anel de noivado personalizado para um cliente com um conjunto único de requisitos. O anel precisava ser moderno, mas incorporar elementos vintage, usar uma mistura de metais e apresentar uma pedra preciosa que não fosse diamante. Ah, e o design tinha que ser original, algo que o mundo nunca tivesse visto antes. Sem pressão, certo?Quando finalmente terminamos, eu estava mentalmente exausta, mas havia uma sensação de realização que vinha com o fato de ter sobrevivido ao dia.Colette sugeriu que fôssemos tomar um café, e eu estava mais do que feliz em escapar do estúdio por um tempo.Acabamos indo para uma cafeteria charmosa, escondida em uma rua tranquila, o tipo de lugar que parecia ter saído de um filme antigo. Assim que entramos, o cheiro rico de café e de crois