A porta do jipe foi aberta com violência. Dois homens enormes, de pele negra e cabelo curto e encaracolado, desceram do veículo. Pareciam tão fortes quanto rinocerontes e carregavam fuzis nas mãos.
Eles começaram a golpear os vidros do carro de Camila com o cabo das armas e um martelo, tentando quebrá-los.
Camila nunca tinha presenciado algo tão caótico. Era pleno dia, e os homens estavam assaltando no meio da rua, sem o menor pudor. Sempre diziam que aquele lugar era como um paraíso, mas agora ela percebia que o paraíso e o inferno estavam separados apenas por uma fina parede.
Enquanto tentava pegar o celular para ligar para a polícia, ouviu um estalo alto. O vidro da janela havia se estilhaçado.
Um dos assaltantes enfiou o braço no carro, abriu a porta e arrancou o celular das mãos de Camila. Ele o jogou no chão com brutalidade, quebrando-o, e gritou em inglês, com um tom ameaçador:
— Dinheiro!
Por questões de preconceito e falta de fiscalização, crimes contra estrangeiros na região