Pedro franziu as sobrancelhas de repente. Passaram-se vários minutos. Ele respirou fundo, tentando conter a emoção, e perguntou com a voz rouca:
— Ela está bem?
— Não. — Lucas esmagou o cigarro entre os dedos, sem sequer notar que a brasa queimava sua pele.
Pedro insistiu, teimoso:
— Onde ela se machucou?
— No coração.
— E o corpo?
— Perdemos o bebê. — Lucas levou a mão ao rosto, apertando com força o osso do nariz, desviando a resposta. — O nosso filho se foi.
Uma sensação de afogamento tomou conta de Lucas, o peito doía como se estivesse sendo rasgado por dentro. Como isso pôde acontecer? Era o primeiro filho deles. O único laço que ele tinha para mantê-la ao seu lado. E agora estava perdido. Ele havia perdido o filho, e agora estava à beira de perder também a esposa, a mulher com quem ele contava para seguir em frente. A dor revirava seus órgãos, como se estivessem sendo torcidos.
Nesse momento, o assistente atendeu uma chamada e se aproximou. O assistente pegou o ci