Meu marido, Bill, e sua bela assistente, Doris, riram e jantaram como se estivessem em um primeiro encontro. Mas a piada era eu... Eu estava lá, como esposa de Bill, observando-os do outro lado da sala, enquanto acariciava minha barriga ainda lisa, onde uma pequena vida agora habitava. É claro que Bill ainda não sabia sobre o bebê. A notícia ainda estava fresca na minha mente, mal tinha algumas horas. Era para ser um jantar de família, mas eu nunca fui bem-vinda, sempre uma estranha. Observando Bill pegar o pedaço de bife que Doris, sua jovem melhor amiga e confidente, cortou e entregou, eu me perguntava se estragaria a diversão deles ao contar agora que estava grávida. Três anos de casamento, e suas frequentes ausências da família me deixavam sobrecarregada e sozinha. Eu já tinha até esquecido o motivo pelo qual nos tínhamos casado. Talvez tivesse sido um erro desde o início. Finalmente, tomei uma decisão: divórcio. Mas um homem surgiu e mudou tudo de forma dramática. E eu não imaginava que esse homem ainda estivesse profundamente ligado à família de Bill. Ele era tio de Bill.
Ler maisPOV da StevieQuando entrei na cobertura, a primeira coisa que notei foi o cheiro. Não era aquele aroma limpo, levemente masculino que costumava pairar no ar do apartamento do Calvin, mas sim algo quente e inesperado: alho, talvez? Com certeza era comida.Segui o cheiro até a sala de jantar, onde encontrei o Calvin em pé diante de uma mesa posta de verdade: pratos, velas e algo que parecia uma versão muito chique de massa. Ele até usava um avental.— Você cozinha? — Perguntei, arqueando a sobrancelha.Ele levantou o olhar, com uma expressão entre orgulho e nervosismo.— Eu arranho.— Arranha, né? — Repeti, observando a mesa. — Isso aqui não parece que foi “arranhado”. Parece que você contratou um chef para montar tudo às escondidas.Ele sorriu de lado.— Quis fazer algo legal para você.Meus olhos se estreitavam, desconfiada.— Qual é a pegadinha?— Sem pegadinha. — Respondeu ele, puxando uma cadeira para mim. — Só senta. Come.— Tá bom. — Disse, me acomodando. — Mas se isso for veneno
Ponto de vista do CalvinA voz do Nathan ecoava na sala de reuniões, suave e confiante, como se ele tivesse ensaiado aquele momento uma centena de vezes.— Por mais que eu respeite as contribuições do Calvin para o Grupo Titan... — Disse ele, gesticulando na minha direção com um ar ensaiado de humildade. — Acredito que chegou a hora de analisarmos seriamente como as decisões de liderança estão sendo tomadas. O futuro da empresa exige foco. Foco absoluto, inabalável. E os acontecimentos recentes indicam que talvez ajustes sejam necessários.A sala murmurava. Algumas cabeças balançavam discretamente em concordância. Meu estômago se revirava, mas mantive a expressão serena, com as mãos entrelaçadas sobre a madeira polida da mesa.Nathan olhou em volta, deixando as palavras se acomodarem antes de lançar o golpe final.— Sendo assim, proponho uma votação para redistribuir algumas das responsabilidades executivas do Calvin entre a liderança sênior, garantindo que o Grupo Titan opere com máxi
Ponto de Vista da StevieQuando entrei na cobertura, a primeira coisa que notei foi o silêncio. Aquele tipo de silêncio que parecia intencional, como se todo mundo estivesse prendendo a respiração. A segunda coisa que percebi foi ela.Victoria.Ela estava sentada no sofá, confortável demais para alguém que nem morava ali. O cabelo dela parecia ter sido arrumado milimetricamente, o vestido caía como uma luva e os saltos eram tão altos que desafiavam qualquer lógica.— Ah, nem ferrando. — Murmurei, largando minha bolsa perto da porta.Ela se virou com o barulho, os lábios perfeitamente pintados se curvando num sorriso cheio de dentes.— Stevie. Que prazer te ver.— Queria poder dizer o mesmo. — Respondi, com a voz seca. Meus olhos foram direto para o Calvin, que estava parado perto da ilha da cozinha, de braços cruzados, com cara de quem tinha sido pego com a mão no pote de biscoitos.— Stevie. — Ele começou, dando um passo na minha direção — Não é o que você está pensando.Levantei a mã
Ponto de vista do CalvinA sala de conferências parecia sufocante, apesar do ar-condicionado gelado. Uma dúzia de câmeras estavam apontadas para mim, suas lentes implacáveis, enquanto um zumbido baixo de perguntas murmuradas preenchia o ambiente. Ajustei o microfone à minha frente, com os dedos firmes, mesmo com o peito apertado.Não era a primeira vez que eu enfrentava os holofotes. Mas era a primeira vez que precisava falar sobre algo tão pessoal.Lancei um olhar para as anotações preparadas pela minha equipe de relações públicas, mas empurrei os papéis para o lado. Se eu ia fazer aquilo, precisava ser direto. Honesto e sem rodeios.Me inclinei para frente, apoiando as mãos no púlpito. A sala silenciou, o peso de centenas de olhares recaindo sobre mim.— Bom dia. — Comecei, com a voz calma, porém firme. — Convoquei essa coletiva de imprensa para falar sobre os rumores envolvendo minha vida pessoal, e mais importante, para esclarecer minhas prioridades como CEO do Grupo Titan.Ouvi o
Ponto de Vista do CalvinO celular começou a vibrar antes do nascer do sol. No começo, eu ignorei, torcendo por mais alguns minutos de silêncio. Mas quando a vibração não parou, percebi que era algo que eu não podia evitar.Me sentei e peguei o telefone no criado-mudo. A tela estava cheia de notificações: E-mails, mensagens, chamadas perdidas. Meu estômago revirou.A última mensagem era da Maria, minha assistente: [Me ligue. Agora.]Eu já estava discando quando vi a manchete:"CEO do Grupo Titan, Calvin Lancaster, espera filho com mulher misteriosa: Sua liderança está em risco?"A foto estava meio embaçada, mas não tinha como negar: Era eu e a Stevie no baile. Ela segurava a câmera, sorrindo de leve, e minha mão estava nas costas dela.Nathan. Só podia ter sido ele.Quando Stevie acordou, eu já estava na sala, andando de um lado para o outro. A TV estava ligada, mas no mudo, e as manchetes continuavam passando na tela, uma pior que a outra.A voz dela me tirou dos pensamentos.— Calvin
Ponto de Vista da StevieO cheiro de café fresco me arrancou do sono. Pisquei, olhando a luz do sol entrando pelas janelas, e percebi, pela primeira vez, que não estava atrasada nem já em débito com o tempo. O relógio de cabeceira indicava que eram pouco mais de sete, o que era estranho, porque o Calvin geralmente já estava quase saindo de casa a aquela hora.— Bom dia. — Disse Calvin na porta, segurando uma caneca fumegante em uma mão e um pequeno saco de papel na outra. Ele não estava com o terno de sempre, mas com um suéter preto justo e jeans. Casual e relaxado. Ficava bem nele.— O que é isso? — Perguntei, me apoiando nos cotovelos.— Uma surpresa. — Ele respondeu, entrando no quarto e me entregando a caneca.Eu peguei a xícara e respirei profundamente o aroma forte.— Tomando café na cama? Você está querendo morrer? — Ele sorriu de lado. — Isso é meio estranho. Rápido, se veste. Vou te levar a um lugar.Eu estreitei os olhos.— Em algum lugar? Isso... Está meio vago.— Era para s
Último capítulo