O frio da madeira contra meu rosto foi a primeira coisa que senti ao acordar com um sobressalto. Meu coração disparou, pulsando forte contra as costelas, e minha respiração veio curta e errática, como se tivesse sido arrancado de um pesadelo profundo e sufocante.
Levei alguns segundos para entender onde estava.O escritório. Ainda.A pouca luz do abajur iluminava a mesa de mogno diante de mim, repleta de papéis desalinhados e um copo de uísque esquecido pela metade. O cheiro amadeirado do álcool misturado ao aroma de couro dos móveis me ancorou à realidade. Pisquei algumas vezes, tentando dissipar a névoa pesada do sono. Meus músculos protestaram ao menor movimento, tensos e exaustos, como se correntes invisíveis me mantivessem preso àquela cadeira.O pesadelo ainda ecoava em minha mente, como um sussurro persistente no fundo da consciência. Fragmentos dispersos de algo que eu não queria lembrar.Então, a porta se abriu.— Senhor Ethan?A voz de meu mordo