Naquele dia, foi a primeira vez em que Manuel sentiu o desejo de abraçar uma mulher.
Não por desejo carnal.
Ele só queria segurá-la nos braços, enxugar suas lágrimas, beijar seus lábios trêmulos e vermelhos.
No silêncio que pairava, Manuel perguntou novamente:
— Por que você quer se divorciar?
À porta, Bruno se virou com Helena, seu olhar gélido fixo no antigo amigo, e sua voz, fria como gelo, cortou o ar.
— Manuel, você sabe o que está fazendo? Se não está bem, vá ao hospital.
Manuel se levantou lentamente.
— Eu estou muito bem! Sempre estive muito bem. E você, Bruno? Está tão certo de si? Se estivesse mesmo claro de tudo, saberia que a Helena não te ama mais. Você pode segurá-la por um ano, dois, mas não por uma vida inteira.
Bruno riu friamente.
— Ela ainda é minha esposa.
Manuel permaneceu em silêncio após eles saírem.
Ao lado, Alice puxou a manga de sua camisa, com cautela, e perguntou:
— Irmão, você gosta da Helena?
Manuel respondeu com um leve som de