Alta madrugada, Mansão dos Cunha.
A luz da lua atravessava as cortinas brancas de gaze e se espalhava sobre a cama de cor marfim, como se vestisse o corpo da mulher com um manto translúcido de luar.
Helena dormia tranquilamente.
Uma figura alta e esguia entrou, pisando sobre o feixe de luz da lua. Caminhou suavemente até a beira da cama e se agachou com cuidado.
Helena nada ouvia, nada percebia.
Bruno se ajoelhou diante dela. Ele ficou lá, em silêncio, escutando sua respiração leve e fitando seu rosto levemente pálido. Após reprimir por muito tempo, finalmente levantou a mão e tocou suavemente aquele rosto frágil...
Se pudesse voltar no tempo, naquela noite ele não teria voltado para Cidade D, não teria deixado Helena, nem a teria deixado sozinha e desamparada na calada da noite.
Sempre que fechava os olhos, Bruno se lembrava da voz de Helena, de como ela falava de forma estranha... E seu coração se enchia de dor.
— Me desculpe! Helena, me desculpe! — Disse Bruno, com a voz trêmula e o