Helena desceu da cobertura.
Bruno, ao sair, havia deixado o apartamento impecavelmente limpo por dentro e por fora, mas ainda restava no ar um leve cheiro de ambiguidade.
Denis estava deitado no sofá, com os olhos negros arregalados. Helena se aproximou e acariciou a cabeça dele.
Ela se sentou sozinha no sofá da sala e ficou em silêncio por um bom tempo. Estava pensando se deveria ir até a Cidade X para descobrir a verdade, ou se era melhor escolher viver surda para sempre.
Meia hora depois, Helena ligou para Ana:
— Reserva o voo mais cedo de amanhã para mim, para a Cidade X.
Ana ficou surpresa, a empresa não tinha negócios na Cidade X.
...
Oito da manhã, Helena chegou ao aeroporto da Cidade D.
Enquanto esperava para embarcar, recebeu um telefonema de Bruno. Ele a convidava para jantar, dizendo que havia reservado o melhor restaurante da Cidade D. A voz dele era suave:
— Helena, hoje é seu aniversário.
“Aniversário?”
Helena se deu conta, meio atordoada. No ano passado, no dia do seu an