Ao chegar ao pé da escada, ouvi gritos abafados do lado de fora. Alguém tentava abrir a porta da frente, mas os vidros temperados impediam qualquer avanço. A fumaça estava ficando insuportável. Começamos a tossir, mas Renata parecia ignorar o próprio corpo, continuando a me empurrar na direção das chamas.
— Pare, Renata! Ainda há tempo! Tem uma saída de emergência! — Minha voz era um fio de esperança, mas sua resposta foi uma gargalhada cortante, cheia de crueldade.
— HAHAHA! Está trancada, acha que não pensei nisso? Vai lá e morra tentando sair! — Meu peito ardia, tanto pelo fumo quanto pela raiva. Uma raiva que nunca havia sentido antes. Aquele ódio fervia em mim, me impulsionando, mas eu ainda estava presa no medo.