Daniel, percebendo minha expressão nervosa, me tranquilizou com uma leve tapinha no ombro.
— Se deite primeiro, eu vou ver quem é.
Depois de dizer isso, ele se levantou, calçou os chinelos e se dirigiu à porta. Eu me perguntava, intrigada, quem poderia estar ali tão tarde. Já fazia um bom tempo desde que não morávamos mais naquela casa.
Decidi me levantar e organizar rapidamente meu pijama antes de sair do quarto.
Ao chegar à plataforma e olhar para baixo, vi Daniel abrir a porta sem hesitação. Um homem estava lá, segurando uma garrafa de vinho, entrando de maneira hesitante. Me concentrei e percebi que era Luís.
Sua figura magra parecia ainda mais frágil na luz suave do corredor, emanando desalento.
Ao ver Daniel, ele sorriu amargamente.
— Você... Ainda não dormiu?
Daniel entrou na sala de estar e respondeu com calma:
— Se você toca a campainha assim, como eu poderia dormir?
Luís não se fez de rogado. E Daniel perguntou:
— O que você acha que estou fazendo aqui?
Eu sentia compaixão