Ao meu redor, um caos indescritível ecoava em meus ouvidos, tumultuoso e confuso. Sentia dores lancinantes por todo o corpo, uma intensa trepidação, o impacto violento do caminhão que se aproximava, me comprimindo contra os objetos brancos ao meu redor. Era uma mistura sufocante de cheiros, desde o odor picante da água sanitária até o agudo som dos freios e do telefone tocando. Num grito surpreso, exclamei:
- Ah!
- Acordou! Ela acordou!
Respirei pesadamente, sentindo como se o branco ao meu redor estivesse me sufocando.
- Luiza, você está bem? Luiza...
Segui a voz até encontrar o olhar preocupado e o rosto distorcido pelo choro da minha mãe, com Liz segurando seu braço e meu pai com os olhos vermelhos ao fundo.
- Mãe...
- Como você está se sentindo, Luiza? Você está me ouvindo?
Era a voz de Eunice.
Virei lentamente a cabeça na direção dela, seu rosto cheio de terror, junto com Hugo e outros parentes.
- Eu não morri? - Perguntei, na verdade não era uma pergunta, era uma tentativa de p