Não contei aos meus pais para onde fui. Não porque eu não os amasse, apenas não suportava ver a preocupação nos olhos deles novamente.
Depois de tudo, eu sabia que eles largariam tudo para me procurar.
Mas eu precisava de espaço. Espaço para respirar. Espaço para me curar.
Então, eu fui embora.
Fiz algumas malas, saquei o dinheiro das contas conjuntas no meu nome de solteira.
Felizmente, o sobrenome Carter ainda significava algo, e me mudei para Richmond.
O mesmo lugar para onde meus pais me levavam toda primavera quando eu era pequena.
Naquela época, ficávamos em uma pequena pousada familiar perto de um parque de cerejeiras.
Tomávamos sorvete no banco e contávamos quantas pétalas rosas caíam em nossas cabeças.
Meu pai me levantava nos ombros quando eu ficava cansada, e minha mãe cantava baixinho.
A cidade é diferente agora. Maior. Talvez mais fria.
Mas o ar ainda cheira igual nas primeiras horas da manhã.
Uma mistura de grama, chuva e algo doce, como pães de canela e jasmim.
No mom