ANGELINA
Atravesso a rua correndo quando vejo ele passar pela portaria andando a passos largos, já destravando a porta do carro com "bip" quando aperta o sinal da chave.
— Alessandro...- digo ofegando quando paro na calçada, ganhando o olhar dele.
— Você? O que faz aqui?
— Quero falar com você...
Quero dizer a ele que me lembro do que houve ontem, que não me arrependo de nada do que eu disse, que não era efeito do álcool e que não mudei de ideia, ainda o quero. Se ele precisa ouvir isso de mim sóbria, eu posso dizer mil vezes.
— Como me achou aqui? Ninguém além dos meus pais sabem que estou morando aqui.
— Eu já disse que te conheço. Eu fui ver sua mãe e sua irmãzinha. Ela é linda...- me lembro com carinho. — E vi que você não está morando lá, então supus que na mansão também não estaria e se não estava lá...este é o lugar que resta. - olho para o alto do prédio onde vivíamos, onde passamos bons e maus momentos. Onde é o único lugar que ele poderia estar.
— Angelina, agora eu não