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Dança das Sombras (Harém reverso)
Dança das Sombras (Harém reverso)
Por: Apenas Glau
capítulo 1: Como tudo começou

LILLY

O sol estava ensolarado. Mamãe tinha me buscado na escola, e iríamos à sorveteria pois ela tinha me prometido que iríamos se tirasse nota máxima no teste de inglês.

Quando chegamos em casa, subo direto para meu quarto tomar banho e ficar pronta para o jantar.

Ouço o barulho de algo caindo pelo chão no andar de baixo; será que mamãe quebrou algo? Abro a porta e desço as escadas devagar e ouço a voz de papai alterada discutindo com um homem na sala de estar.

- Por favor, ela é apenas uma menina! – ouço meu pai dizer de forma desesperada, eles estavam conversando sobre mim ?

- Deveria ter pensado nisso antes de ter dado sua filha como garantia! Ouço a voz do homem fria como a noite responder ao papai, ele não era como os outros amigos do papai que tinham quase a aparência para ser meu avô, ele era jovem, mais não tão jovem como eu e os meninos do primário.

Os gritos de mamãe chegam em meus ouvidos enquanto ela chora, brigando com papai dando socos em seu peito enquanto ele tenta acalma- lá.

- Como pode, Xavier! Como você pôde dar nossa única filha a eles por uma maldita dívida? Ela grita aos plantos e seu corpo magro desse ao chão. papai tinha me vendido ? Ele não me amava mais ?

- Me desculpe, querida, eu nunca achei que as coisas nunca iriam chegar a esse ponto! Ele fala tentando consolar ela, desço discretamente as escadas até um ponto onde eles não me vejam. Mas se eles estavam falando de mim eu tinha o direito de ouvir. Papai e mamãe nunca brigavam na minha frente, então entendo que a situação deve ser grave. Junto deles avisto mais um pouco do homem que anda de forma impaciente pela sala de jantar, mesmo sendo jovem seu rosto me dava medo, o que me lembra que provavelmente ele meche com coisas malvadas.

Era isso que mamãe me falava a respeito dos amigos de meu pai. Eu nunca podia descer quando eles estavam aqui. Quando perguntei se papai também fazia coisas malvadas, ela apenas sorria e dizia que isso conversaremos em outra ocasião, ou quando eu fosse mais velha.

- Papai! – Eu o chamo com a voz embargada e ele olha para mim de forma assustada, como se não acreditasse que estava ali ouvindo tudo aquilo.

- Querida, por favor, volte para seu quarto. Ele diz olhando para mim e vejo seus olhos cheios de lágrimas, o homem, que estava de costas, vira abruptamente e me encara com seus olhos duros. Sinto o medo tomando conta de todos os meus sentidos.

- Como você se chama? – ele pergunta de forma séria. Não queria falar meu nome, mas mamãe diz que é falta de educação não responder aos outros, principalmente quando são visitas em nossa casa.

- Lilly, senhor... Lilly Miller. – Minha voz sai como um sussurro e seguro minhas lágrimas que querem cair mesmo não sabendo o motivo.

Ele apenas solta um suspiro longo e vira-se para meus pais. pede para papai o seguir até lá fora ,O homem vai em direção à nossa porta, abrindo e dando espaço para papai ir à frente. Quando eles fecham, passam apenas alguns segundos até ouvimos o barulho de uma arma disparando.

O homem entra novamente em casa. Mamãe dá um passo para trás, como se isso fosse a proteger. Posso ver em seu rosto respingos de sangue. Ele olha rapidamente para mim e volta sua atenção para mamãe, que está aos prantos, ele tinha matado meu pai e agora seria eu e mamãe.

- Preste bem atenção, ela é minha agora! Você ficará encarregada de cuidar dela, mas só porque ela ainda é muito nova e precisa de uma mãe. Mas nem pense em fugir com ela, senão ganhará o mesmo destino de seu marido.

Mamãe apenas concorda com a cabeça entre soluços. Ele anda em direção à porta, mais para novamente, o que nos deixa apreensivas.

– Nem pense em deixar alguém encostar no que é meu, senhora Miller, ou teremos um grande problema.

- Até mais Lilly, nos veremos de novo quando você tiver idade o suficiente– ele diz, olhando em meus olhos, e sai pela porta de entrada novamente.

10 ANOS DEPOIS.....

Se eu dissesse como é minha vida atualmente, ninguém diria que fui dada como pagamento de uma dívida. Depois daquele dia, nunca mais vi o senhor Fox, e nunca soube como chamava; mamãe nunca disse seu nome, e sim disse que descobriria quando chegasse a hora.

Hora essa que não quero que chegue nunca. Desde aquele dia estou ciente de que minha vida não é minha, e sim que ela pertence a outra pessoa. Mesmo estando longe e nunca mantendo contato comigo, ele sabia exatamente o que acontecia em minha vida.

Ele era quem pagava minha faculdade, roupas, aulas de balé e a casa em que morávamos.

Mesmo depois do assassinato de papai não queríamos sair de nossa propriedade, mas o senhor Fox exigiu que morássemos em uma de suas casas por segurança. Então vivíamos em um apartamento perto do centro da cidade, pois era mais perto da minha universidade e do estúdio de balé em que eu frequentava.

Porém, tudo veio à ruína novamente quando mamãe me disse que eu seria obrigada a trocar de universidade, "Academic Fox" . Era a melhor universidade do país, e os níveis exigidos para entrar nela eram muito difíceis, mas quem ligava pra isso?

Aos vinte e um anos, estarei casada com alguém que nem sei quem é, e isso faz da minha vida uma prisão.

A única pessoa que tenho é Sofia, minha única amiga, e agora até ela foi tirada de mim como sempre o Senhor Fox fazia.

Olho para minha roupa perfeitamente passada em cima da minha cama. Eu a pego e coloco em frente ao meu corpo para me ver no espelho. Azul escuro definitivamente não era minha cor. Dou um leve suspiro e visto minha camisa branca, junto com calça pretas, para terminar, o blazer azul escuro e minhas sapatilhas pretas. Por mais que não esteja animada, mamãe exige que eu me arrume perfeitamente em todas as ocasiões.

Desço as escadas com a mochila no ombro e encontro mamãe terminando de arrumar a mesa para o café.

- Querida, como você está linda! Essa roupa ficou perfeita em você!

- Obrigada! – falo sem expressar alguma reação. Pego a torrada à minha frente e passo geleia de framboesa. Logo encho minha xícara de café e começo a tomar meu desejum em silêncio.

- Lilly, eu sei que a nossa situação não é o que esperávamos, mas ainda estamos juntas. – E eu estava dando uma olhada no cronograma da faculdade e eles incentivam muito, não só os esportes, como a arte também. Eles têm um programa de balé; você pode se inscrever.

Eu sei que, mesmo que minha situação não sendo a que eu esperava, eu ainda tinha que agradecer ao senhor Fox por ter deixado eu ficar perto da mamãe. Ele bem que poderia ser algum psicopata que podia me deixar trancada em um calabouço ou ter me colocado em algum colégio interno e me tirar só no dia do nosso casamento.

Terminando meu café da manhã, me despeço seguindo ao elevador até a porta de entrada. Quando saio, cumprimento o porteiro, que me para.

- Bom dia, senhorita Miller. O seu motorista já está lhe esperando.

– Arregalo os olhos e olho para o senhor de meia-idade à minha frente.

- Bom dia. Ah, acho que tem algum engano. Eu não tenho motorista nenhum; sempre vou caminhando.

- Não tem engano nenhum, senhorita. O senhor Fox foi quem o mandou. Sua nova escola é do outro lado da cidade; seria impossível você ir caminhando.

- Ah, não tem problema, eu posso ir de metrô. Digo a ele dando um sorriso ,que não corresponde.

- Senhorita Miller, conhece as regras! Por favor, não nos coloque em problemas; precisamos do emprego e não queremos ter problemas com o senhor Fox.

Deixo um suspiro cair pelos meus ombros e caminho em direção ao SUV preto à minha frente. O motorista abre a porta para mim e eu entro.

Fazemos o caminho em silêncio até que ouço o som de um telefone tocando. O motorista atende a ligação e, enquanto fico focada do lado de fora pela janela.

- Sim senhor, ela está aqui. Já estamos quase chegando – ele responde de forma rígida. Todo mundo tem contato com ele, menos eu.

Passando alguns minutos, o carro estaciona em frente a uma estrutura enorme e antiga. Pelo lado de fora, dá para ver o quanto era elegante e sofisticado o lugar. Todos os alunos, com suas roupas perfeitamente alinhadas, iam em direção à entrada. Meu coração acelera e sinto minhas mãos suando. Infelizmente, não posso voltar; tomo coragem, respiro e começo a andar em direção à minha nova universidade.

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