Dois anos depois
Catarina
A manhã está um caos.
Minha vontade real e sincera é me sentar no cantinho da minha cama, abraçar minhas pernas e chorar. Seria simples e tiraria do meu peito esse peso imenso que mora em mim há meses.
Mas não posso. A pequena empresa de arquitetura na qual trabalho desde que me formei na faculdade e me aceitou sem qualquer experiência profissional, está mal das pernas há dois anos e meio.
Conseguimos segurar as pontas por um tempo, peguei mais projetos do que poderia suportar e fizemos cortes na folha de pagamento. Alguns foram demitidos e outros, como eu, aceitaram reduzir seus próprios salários.
Minhas finanças pessoais, portanto, estão igualmente na lama e volto ao meu pensamento inicial sobre o caos.
A situação chegou a esse ponto, nã