**Anya **

O meu relógio de pulso marcava 12:23 quando as rodas do carro de Stefano esmagaram a cascalho molhado da entrada da fazenda. A chuva, que começara como uma surpresa durante a viagem, agora diminuía para uma garoa fina, criando um véu prateado sobre os pomares de laranjeiras que se estendiam até onde a vista alcançava.

Stefano desligou o motor e imediatamente se virou para mim.

— Espera um minuto...

Ele ordenou com a sua voz grave cortando o silêncio abafado pelo som da chuva no teto do carro.

Antes que eu pudesse responder, ele saiu, a chuva batendo em seus ombros enquanto corria para meu lado. A porta se abriu com um baque suave, e suas mãos grandes e quentes me envolveram antes que meu pés tocasse o chão enlameado.

— Idiota, vai se molhar todo...

Eu protestei, mas ele apenas riu, usando seu próprio corpo como guarda chuva enquanto me guiava pelo caminho de pedras até o alpendre. Essa fazenda é diferente da outra em que o testamento foi lido. Stefano contou